Pressionado, Dunga inicia a travessia da Copa América

 

Dunga-3Dunga não tem saída nesta Copa América Centenário. Ou entra de uma vez por todas na via crucis rumo ao calvário, a partir deste sábado, 23h, contra o Equador, ou volta dos Estados Unidos absolvido. O treinador da Seleção Brasileira tem consciência do momento delicado que vive à frente do escrete, por mais que as aparências enganam.

Não se chega em uma competição de alto nível sem o incômodo de ocupar a sexta colocação as Eliminatórias da Copa de 2018. Mais que isso, com o fraco futebol apresentado até aqui, com e sem Neymar.

Há ainda a série de cortes em sequência de seis jogadores – cinco machucados e um por dispensa -, já em território americano, que comprometeram a preparação do time.

Dunga perdeu tempo entre um corte e outro. Nunca teve todo o grupo à disposição e vai estrear com algumas peças até então fora do seu escopo.

É o caso de Casemiro. Convocado algumas vezes, teve poucas chances. Agora virou solução após o pedido de dispensa de Luiz Gustavo, um dos que têm cadeira cativa com Dunga desde que reassumiu o comando do escrete em agosto de 2014.

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Aliás, Casemiro parece que assombrou o mundo com algumas boas atuações no Real Madrid. De contestado, virou unanimidade. É preciso esperar um pouco mais de um volante bom de desarme e passes curtos, nada mais do que isso.

Casemiro está escalado. Vai jogar ao lado de Elias e Renato Augusto, tendo o suporte de Willian e Philippe Coutinho. São meio-campistas leves e podem dar um sopro de vida à seleção, diria um soprinho.

O que mais chama atenção na Seleção é mesmo este meio-campo. Dele pode nascer um novo time. Lembrando que, muito provavelmente, Lucas Lima e Paulo Henrique Ganso estarão no banco de reservas. Os dois têm o poder transformador. Basta Dunga saber como usá-los.

Na defesa, nada de novo. Apenas a entrada de Marquinhos, para muitos um assombro, ao lado de Gil.

images-5Falta ao escrete confiança e personalidade. Falta Dunga descer da soberba e se convencer de que o futebol mudou e não se pode mais se apegar apenas aos dogmas da conquista da Copa de 94, no mesmo palco do jogo de estreia na Copa Centenário.

É preciso ainda reconquistar os jogadores, um tanto desconfiados dos métodos de trabalho e critérios do treinador.

Dunga sabe disso. Até porque é um privilegiado. Fracassou na Copa de 90 e se reinventou com o tetra em 94. Se espatifou na Copa de 2010 e ganhou uma nova chance de se reerguer e levantar a Seleção.

Não é para qualquer um. Ele tem o dever de fazer o time do Brasil jogar bem, vencer e convencer. Vitórias a todo custo, como Dunga prega, só empobrecem a Seleção.

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