Marco Aurélio Cunha não vai tirar São Paulo do buraco no Brasileirão

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São Paulo se meteu num buraco sem fim nesta temporada. Decisões equivocadas de gestão levaram o time a ficar muito perto da zona de rebaixamento e não há no horizonte uma corda de salvação. A chegada de Marco Aurélio Cunha, conselheiro vitalício do clube e ex-dirigente em cargos do alto escalão do futebol, é o atestado do desespero em que o presidente Leco e seus pares se encontram. Conhecedor profundo das entranhas do Morumbi e do poder na CBF, Marco Aurélio não vai tirar o São Paulo dessa situação.

Até porque, o novo diretor executivo de futebol não é conhecido por fazer milagres. Nessa altura do campeonato, quem tem de encontrar soluções é o técnico Ricardo Gomes. O que, convenhamos, não é nada fácil.

Marco Aurélio, segundo bastidores do clube, deve atuar como apoiador das ideias do técnico e chacoalhar os jogadores. Não por acaso, em suas primeiras manifestações adiantou:

“A missão no São Paulo é ajudar o time a recuperar a confiança.O time não é ruim. Falta confiança. Vamos conversar e aceitar as coisas”, disse o novo dirigente nesta sexta-feira.

Este diagnóstico precoce do novo chefe do futebol do São Paulo é, no mínimo, equivocado. O time é fraco e desequilibrado do ponto de vista técnico. Tem volantes de sobra e nenhum meia de ofício. Apenas Cueva, e olha lá, tem esse perfil. Ganso foi embora. Lucas Fernandes sofreu grave lesão e Michel Bastos já está com um pé fora do Tricolor.

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Outra análise de Marco Aurélio equivocada é se deixar levar por insinuações que a turbulência política interna no clube provoca efeitos danosos no grupo de jogadores. Ele disse assim:

“Não sou um nome da oposição, situação. Quem vai me criticar? Não tem o que falar de mim, contra mim. Vamos blindar o time”

Blindar do quê? A oposição ao presidente Leco age nos bastidores para prejudicar o time no Brasileirão e minar a atual gestão? Se essa é uma verdade, Marco Aurélio deve dar nomes aos bois e pulverizar essa gente.

Não se discute aqui a competência do novo diretor executivo de futebol. Quem acompanhou de perto o trabalho dele no São Paulo e em outros clubes, como este blogueiro viu de perto, sabe do que ele é capaz.

O problema não é o quilate de Marco Aurélio, a encrenca é como arrumar a casa após um terremoto.

Vamos aos equívocos da gestão de Leco no futebol e veja se um dirigente tem como mudar essa situação.

  1. Apostar de novo em um técnico estrangeiro, tendo como lição o erro de avaliação ao eleger Juan Carlos Osorio na temporada passada. Edgardo Bauza veio para conquistar a Libertadores. Não funcionou.

  2. Contratar jogadores por seis meses, como Calleri e Maicon, sabendo que no momento agudo da Libertadores teria de se tomar decisões de emergência como gastar os absurdos R$ 22 milhões em um zagueiro. Calleri foi embora e Maicon foi expulso no jogo mais importante da Libertadores.

  3. Não pensar na transição planejada de Rogério Ceni. Jogaram as fichas em Denis – até o goleiro se firmar, comprometeu o time em jogos decisivos.

  4. diego-lugano-sao-paulo-rio-claro-paulista-02212016_z2h1yz2olz941j4ckskj41rgvContratar um ex-jogador em atividade, Diego Lugano, apenas para acalmar a torcida e buscar uma liderança no vestiário. Sem jogar bem, Lugano jamais vai voltar a ser aquele líder sonhado pela torcida e comando do clube.

  5. Não encaminhar a renovação de contrato de Ganso quando ele começou a recuperar seu bom futebol.

  6. Investir em jogadores de segundo escalão que, na sua maioria, demoram a dar resultados.

  7. Não passar a limpo a gestão de Carlos Miguel Aidar e ainda abraçar dirigentes que naufragaram com o ex-presidente como Ataíde Gil Guerreiro e Gustavo Vieira.

  8. age20160827100Se aliar às facções organizadas em declarações públicas por meio da imprensa e depois voltar atrás quando vândalos ocuparam o CT em pleno treino do time.

  9. Recorrer ao passado ao tirar Ricardo Gomes, de campanha fraca no comando do Botafogo (um clube sem pressão), pelos bons serviços prestados pelo treinador há quase dez anos no Morumbi.

  10. Jogar nas costas de um “novo messias” a responsabilidade de reverter a série de erros e falta de pulso na gestão do futebol.

    Marco Aurélio Cunha está com o abacaxi nas mãos e, por contrato, tem três meses evitar o caos.

    Como estamos numa sexta-feira e o torcedor são-paulino anda machucado, veja um momento de descontração. Agora vai?

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