Palmeiras já pode celebrar o título do Brasileirão 2016. Vai cumprir o protocolo no próximo domingo contra a Chapecoense no Allianz Parque. Ao vencer o Botafogo por 1 a 0 em casa, chega à penúltima rodada pronto para empunhar a taça. Conquista legítima diante de uma campanha irreparável. E ainda deu de presente ao futebol brasileiro esse diamante de nome Gabriel Jesus.
Na vitória contra o Botafogo, Jesus deu passe para Dudu marcar de cabeça o gol redentor. Os dois e mais Moisés, jogador multiuso, fizeram a diferença e permitiram a comunhão com a torcida, dentro e fora do Allianz.
O primeiro tempo foi de ansiedade e sem lucidez do Palmeiras. Havia muita vontade de decidir logo e pouca consciência na chegada ao gol. Cleiton Xavier, encarregado de articular o ataque, não apareceu. Faltava sangue nas suas veias e inteligência quando tinha a bola nos pés. Por isso Moisés teve de se multiplicar na função de Xavier e marcação ao lado de Tchê Tchê.
Sem uma boa sintonia na saída ao ataque, coube a Dudu chamar o jogo. No setor esquerdo, partia em diagonal sempre à procura de Gabriel Jesus, muito marcado.
O melhor do Palmeiras foram os cruzamentos e uma grande chance desperdiçada por Roger Guedes, que poderia concluir, mas serviu errado a Jesus.
Do lado do Botafogo, a preocupação única de se defender e defender. Quanto muito, um contra-ataque ou sobra de uma barbeiragem da defesa do líder do campeonato.
Chamou atenção uma excessiva cautela do Palmeiras. O jogo era uma decisão. Exigia mais corpo e alma. Entrega destemida.
Às favas com a segurança, ainda mais com Santos sendo derrotado pelo Cruzeiro. Aliás o gol de Arrascaeta em Minas foi um raro momento de júbilo no Allianz Parque.
No segundo tempo, o jogo virou. Cuca perdeu a paciência com Xavier. Tirou o meia e mandou Alecsandro aos leões. Jesus foi jogar na ponta-esquerda e Dudu passou a ser o articulador que Xavier nunca foi. Cresceu o Palmeiras.
De uma descida de Dudu a bola chegou a Jesus que cruzou na medida, como se tivesse um compasso nos pés. A bola caiu na cabeça de Dudu e dali morreu na rede. Gol de campeão.
Naquele momento do gol de Dudu, o Santos já virava para cima do Cruzeiro. Mas quem se importava com isso dentro e fora do Allianz Parque? Agora era ter os nervos no lugar. E encarar o jogo como final de campeonato.
O time se transformou. Sob o signo de Moisés, como um tigre faminto, todos jogadores não deixaram o adversário respirar até o último suspiro.
Aclamada por Jesus, a torcida em êxtase soltou a voz cantando o hino do clube como fanáticos de uma seita. Uma celebração comum aos campeões. Ao redor do Allianz, um cinturão verde completou a festa entre lágrimas, gritos e coração.
Na próxima semana, contra a Chapecoense vai ser uma questão de cumprir o protocolo. É hora de levantar a taça.
FICHA DO JOGO
Palmeiras 1 x 0 Botafogo
Gol: Dudu, aos 17 minutos do segundo tempo.
Palmeiras: Jailson, Jean, Mina (Thiago Martins) Vitor Hugo e Egidio; Moisés, Tchê Tchê (Gabriel) e Cleiton Xavier (Alecsandro); Roger Guedes, Gabriel Jesus e Dudu. Ténico: Cuca
Botafogo: Sidão, Emerson Silva, Carlo e Emerson; Alemão (Fernandes /Leandrinho), Dudu Cearense (Sassá), Lindoso, Camilo e Diogo; Pimpão e Neilton. Técnico: Jair Venrura
Juiz: Elmo Rodrigues
Cartões amarelos: Emerson Silva, Fernandes, Sassa, Carli
Cartão vermelho: Leandrinho
Público : 39.694 pagantes
Local: Allianz Parque