Corinthians sem comando e sem rumo

Quando Vanderlei Luxemburgo conquistou seu primeiro titulo no Palmeiras, em 1993, Guto Ferreira dava início à sua carreira de treinador nas categorias de base do XV de Piracicaba, interior paulista. Pouco mais de 23 anos depois, Luxemburgo é taxado de ultrapassado e Guto Ferreira, emergente. Os dois estão entre os candidatos a assumir o comando do Corinthians, clube enroscado em problemas políticos, financeiros e sem perspectivas de formar um grande time em 2017.

Luxemburgo tem um cartel invejável de conquistas. Guto Ferreira ainda não. Sua carreira contempla clubes intermediários e poucos títulos de expressão. Por azar ou falta de atenção, escalou o atacante Herveton, quando era treinador da Portuguesa, no caso que rebaixou a Lusa à Série B em 2013 e dali uma queda atrás da outra no futebol brasileiro.

Guto ou Vanderlei ou nenhum dos dois, Jair Ventura, blindado pelo Botafogo, seja qual for o eleito pelo Corinthians, a tarefa que se apresenta vai ser duríssima.

Presidente Roberto Andrade, sem força, não consegue aglutinar as forças políticas do clube. Sem caixa, ainda renegocia dívidas. Há o Itaquerão, um papagaio de R$ 1,2 bilhão também a ser equacionado com pagamentos a longo prazo. Uma dor de cabe atrás da outra.

No futebol, o time é fraco. Jô, por enquanto, é o único reforço. Alguns titulares de 2016 já ameaçam sair – caso do zagueiro paraguaio Balbuena, alvo mais recente do Boca Juniors, e do goleiro Cássio.

Corinthians, a uma semana do Natal, parece um deserto. Deixar tudo para se resolver em janeiro de 2017 vai custar mais caro. Sem falar do atraso na preparação do time. Torcedor pode se preparar a sofrer.