Palmeiras em transe, Eduardo Baptista se equilibra no fio da navalha

“Tivemos muitas dificuldades para jogar em decorrência do campo. O Palmeiras é um time muito técnico e tivemos muitas dificuldades. Fizemos um bom primeiro tempo até tomarmos dois gols. Depois, quando quisemos jogar, fomos muito atrapalhados pelo campo. Acredito que o campo foi a grande dificuldade. Perdemos muitas bolas e demos o contra-ataque.”

O discurso é de Eduardo Baptista, técnico do Palmeiras, após a derrota por 3 a 2 para o Jorge Wilstermann em Cochabamba na Bolívia nesta quarta-feira, penúltimo jogo da fase de grupos da Copa Libertadores.

Observação: o Palmeiras levou três gols, nenhum de contra-ataque. E o campo era o mesmo quando o time jogou bem, como disse o treinador, nos dez minutos iniciais.

“Temos que buscar a vitória no jogo (contra o Atlético Túcuman) que temos em casa para confirmar a classificação e tentar fazer o máximo de pontos para terminar bem na classificação geral”, prosseguiu Baptista.

Quando um treinador fala que o campo é ruim, prejudicou o time mais técnico, que alguns jogadores perderam o tempo de bola, que tem o próximo jogo para garantir a classificação é porque já não consegue entender o que se passa ao seu lado. Discurso de quem está de saída.

Quando um treinador não consegue enxergar os equívocos que cometeu nas escolhas e na opção de jogo que adotou, é típico de quem perdeu a noção do tempo e espaço no comando de um grupo.

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É derrotado e joga a batata quente nas mãos do primeiro escalão do clube. Primeiro, queima a pele do diretor de futebol, no caso Alexandre Mattos. Segundo, fere o presidente, no caso Mauricio Galiotte. E, por fim, cria bolhas em que investiu pesado – perto de R$ 100 milhões entre patrocínios e contratações –, evidente, nos dedos finos de Leila Pereira, a dona da Crefisa.

Palmeiras tem 11 dias sem nenhum jogo até entrar na maratona da estreia no Brasileirão 2017, oitavas de final da Copa do Brasil contra o Inter de Porto Alegre e a decisão contra o Túcuman por uma vaga na fase de mata-mata da Copa Libertadores – são sete partidas em menos de um mês.

“Os torcedores podem esperar da Crefisa, da Faculdade das Américas e da Leila Pereira, é que nós mediremos esforços para conquistarmos a Libertadores. Eu quero ver o Palmeiras campeão Mundial. É isso que a torcida pode esperar do patrocinador”, disse a dona da Crefisa, em dezembro de 2016.

E Leila Pereira emendou em março de 2017:

“Estou muito confiante. O time é de primeira linha, a gente tem que dar um tempo para o Eduardo (Baptista)”.

Não é difícil concluir que depois de pouco mais de quatro meses no comando do time, Eduardo Baptista está por um fio no Palmeiras. No fio da navalha. A conferir.

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2 comentários em “Palmeiras em transe, Eduardo Baptista se equilibra no fio da navalha

  1. Um treinador é ponto de interrogação por quanto tempo?
    Se estivesse na final do Paulistinha, teria trégua?
    Sim
    Se não ganhar todas, ou empatar mais de duas, deve ser demitido?
    Calma, gente!
    Quantos titulos por ano ganha Arsene Wenger no Arsenal ?
    Ops, desculpem…
    Culturas diferentes…
    Realmente, é uma questão de cultura!

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