Estava escrito no voo da bola partindo dos pés de Rony até a cabeça de Breno Lopes: Palmeiras bicampeão da América. A glória eterna. Do jogador mais contestado no início da temporada, não pela bola e sim por se medir o futebol no quanto custou, ao famoso herói anônimo. É assim o mundo da bola. Não tem conceito pronto, nem cátedras, muito menos sábios da obra inconclusa. O gol de Breno Lopes rasura as teorias e manda para o espaço os que não curtem o improvável.
Fruto da Série B no Juventude, o autor do gol da vitória contra o Santos aparece no Palmeiras como único reforço ao grupo do recém-chegado Abel Ferreira. Ninguém, nem mesmo o Divino Ademir da Guia, poderia imaginar que Breno elevaria o Palmeiras ao céu. Pois bem, está nas alturas graças ao ponto final celebrado naquele gol de cabeça – cá entre nós, um gol com a grife de Leivinha.
Abel acreditou em Breno quando o mais fácil seria investir em Willian Bigode, Scarpa ou Veron, se não estivesse fora de combate, naquele curto instante do jogo.
Breno custou R$ 7 milhões e, com o seu gol, aumenta faturamento do Palmeiras a R$ 122 milhões no acumulado de premiação pela conquista da Libertadores. Mais que custo e benefício.
Um enredo inacreditável se, por acaso, o assunto não fosse o futebol.
E veja que o Palmeiras vinha investindo centenas de milhões nessa conquista que se denominou obsessão na história recente do Palestra Itália. Na temporada de menor investimento, levanta a taça. Era ou não era um destino improvável? Fim da obsessão. Que venha o Mundial.