Cristiano Ronaldo estreia na Eurocopa sob ícone do craque dos craques. Sua sexta Euro. Não é para qualquer um. No fim das contas, esmorece. Cinco arremates sem lastro ao gol da República Checa. Uma agonia sem fim, compensada apenas nos acréscimos do segundo tempo quando o suplente Francisco Conceição faz o gol da vitória portuguesa de virada por 2 a 1, em Leipzig, nessa terça-feira (17/6).

Está finalizada a primeira rodada da Euro 2024 em todos os grupos. As favoritas mostram sua cara – Bélgica, a exceção derrotada pela Eslováquia. Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Portugal, Inglaterra e França dão conta da encomenda.

Nada de muito excepcional. Vencem e pouco convencem. Normal em uma competição dura, muito física e com jogadores à beira da exaustão em fim de temporada na Europa.

Mas estamos falando de Cristiano Ronaldo. Pois bem, cito aqui um trecho de um artigo do The Guardian, de Londres, a respeito dos efeitos da atuação de CR7 na seleção de Portugal contra a República Checa. Confira:

“Cristiano não domina mais fisicamente. O salto prodigioso não existe mais. O acabamento carece do antigo veneno. Até uma cobrança de falta no segundo tempo caiu leve nas mãos de Jindrich Stanek (goleiro checo).

“O problema de fazer tudo o que Ronaldo mostra é que os seus companheiros – sentindo a sua própria periferalidade – começam a adiar e a afrouxar um pouco. E estes são jogadores que realmente precisam de poder brilhar por direito próprio, jogadores como Bernardo Silva e Bruno Fernandes e Rafael Leão e Diogo Jota que precisam de liberdade para agarrar um jogo pela lapela”.

Sem ter como impor sua ganância, Cristiano vira mais um nesse time de Portugal, em busca de identidade e provação de que essa geração vem para dar as ordens no futebol europeu.

MBAPPÉ DE NARIZ QUEBRADO E KANTÉ ENCANTADO

Se Portugal abraça uma rica geração em busca do pote de ouro, a França entra na Euro 2024 com a missão de se mostrar superior como havia feito na Copa do Mundo de 2018 na Rússia e 2022 no Qatar. Sempre fulminante ao signo de Mbappé.

Problema é que Mbappé fratura o nariz na dura batalha (vitória por 1 a 0) contra a Áustria na estreia e semeia uma incerteza a respeito do futuro francês na Euro.

Sem o dono do time, quem carrega o saco de batatas é o incansável e interminável Kanté. Para variar, o pequeno volante se multiplica e abraça múltiplas funções levando os franceses à glória.

Mbappé deve voltar a jogar apenas nas oitavas de final da Euro. A França perde olfato.