Seleção Brasileira vence Paraguai por 4 a 1 na segunda rodada da Copa América 2024. Jogadores, falamos de Vini Jr e Bruno Guimarães entre outros, celebram o triunfo desabafando contra torcedores no estádio e, por tabela, aos críticos do escrete. Cerimônia que caberia bem aos vencedores de uma batalha épica. Não precisava de nada disso. A batalha também não foi épica, apenas uma vitória diante de um dos piores Paraguai da história.

Jogar na Seleção e entender o significado dessa magia é uma obrigação de quem veste a tal camisa amarela – se bem que o modelo atual da Nike sugere um amarelo desbotado, como está nosso futebol. “Não existe o nós contra eles”, se redime Bruno Guimarães em suas redes sociais, após repercussão negativa de sua comemoração no gol de Vini.

Vini também anda destemperado. Emplaca uma atuação como há muito não se via na Seleção e se entrega às provocações desnecessárias. Difícil ver Messi se comportando um agitador após seus feitos extraordinários em um jogo de futebol.

Vini Jr insinua em seus gestos o modelo adotado por Neymar Jr quando desafia adversários que vivem caçando seus tornozelos. Neymar, nesse aspecto do jogo, não é um bom exemplo a se seguir.

Aos 23 anos, por tudo que tem feito na sua luta contra o racismo e preconceitos, Vini não tem a menor necessidade de provocar seus algozes dentro de campo.

O empurra-empurra, bate-boca, alguns sopapos com os paraguaios soaram ridículos. Paraguai não foi e dificilmente será um rival irascível do Brasil como se apresentam Argentina e Uruguai.

Vini e Bruno Guimarães, sempre irritadiço e sanguíneo, deveriam prestar atenção nos enormes espaços vazios no Allegiant Stadium de Las Vegas, palco do jogo dessa sexta-feira nos Estados Unidos. Aclamada “seleção mais sedutora do mundo” não consegue atrair a multidão em um jogo de Copa América.

Sinal de que não somos mais tão sedutores assim à plateia disposta a pagar caro para contemplar a arte de se jogar futebol.

No final das contas, Vini Jr desequilibra o jogo a favor do Brasil. Faz dois dos quatro gols da Seleção – Paquetá e Savinho completam o serviço. Sofremos 15 finalizações e um gol dos paraguaios.

Na última rodada da fase de grupos, Brasil enfrenta a Colômbia terça-feira, 22h, em Santa Clara. Colômbia de James Rodriguez, provocando encantamento com duas boas vitórias, será o adversário mais difícil da chave.

Ótimo jogo para se ter uma noção mais exata do quanto é capaz essa Seleção Brasileira comandada por Dorival Júnior no início de um trabalho até aqui sem muito brilho.

Que Vini Jr esteja sereno e pronto a desequilibrar o jogo, sem firulas e provocações bestas. Neymar certamente estará no alto das tribunas do estádio de Santa Clara. Neymar não é um oráculo, Vini.