A taça na mão do Corinthians. Em casa, com mais de 45 mil torcedores ávidos por um título que não vem desde 2019, a hora é de gritar campeão
Do lado do Palmeiras, a derrota mostra problemas pontuais de um time em reconstrução
Luiz Antônio Prósperi – 17 março (14h15) –
Corinthians responde ao desastre na pré-Libertadores vencendo o Palmeiras no jogo de ida da final do Paulistão. O que parecia moribundo ressuscita com o que tem de mais valia: a entrega total até a ultima gota de suor. Dedicação extrema em favor de uma causa quase perdida. E leva vantagem de jogar por um empate no jogo de volta para levantar a taça.
A questão agora é como se preparar até a partida decisiva com o provável retorno do meia Ramon Garro. O argentino se recupera de dores no joelho direito.
Se Garro jogar, Corinthians perde força na marcação, mas compensa com mais talento na armação do ataque e na bola parada. Nesse caso, precisa se entender melhor com o astro Memphis Depay. Os dois ainda não se alinharam desde o dia que o clube obrigou Garro a ceder a camisa 10 a Memphis por ordem contratual.
Minúcias e vaidades que interferiram na queda do Corinthians na pré-Libertadores. Nada que não se resolve dentro dos vestiários.
Se repetir a estratégia adotada no Allianz, Corinthians tem tudo para se impor na força e estrangular o time de Abel Ferreira. Raniele, Carillo e Martinez, fundamentais na hora da decisão.
PALMEIRAS EM OBRAS
Do lado do Palmeiras, a derrota mostra problemas pontuais de um time em reconstrução. Na reta final do Paulistão e no mata-mata com a semifinal contra o São Paulo e o primeiro jogo diante do Corinthians, quatro novos jogadores recém-chegados entram no time: zagueiro Micael, volante Martínez, atacantes Vitor Roque e Facundo Torres. E Paulinho ainda nem estreou.
Times em processo de reorganização com encaixe de novas peças se exigem um bocadinho mais de tempo.
Bom lembrar que ao longo do Paulistão, Abel Ferreira pouco usa a formação apontada como titular. Testa muitos garotos, perde jogadores importantes por lesão (meia Maurício e o capitão Gustavo Gomes). Autoriza saída de meio time: Gabriel Menino, Rony, Dudu, Zé Rafael, Caio Paulista, Fabinho, zagueiro Vitor Reis. E recebe Piquerez e Felipe Anderson, recuperados, apenas no mata-mata.
É claro que análises mais apressadas apontam a cruz para Abel. Levam em conta o investimento de mais de R$ 300 milhões em contratações de reforços.
Na opinião dos paladinos das arquibancadas e inquisidores das redes sociais, o efeito do que se gasta em reforços e desempenho imediato do time é uma obrigação do treinador. Não é assim que funciona. Nem é culpa de Estevão nem o Fora Abel.
Por isso, a taça está nas mãos do Corinthians. Em casa, com mais de 45 mil torcedores ávidos por um título que não vem desde 2019, a hora é de gritar campeão.
Ao Palmeiras cabe subir a montanha. Nas últimas três edições do Paulistão, perde o primeiro jogo (São Paulo, Água Santa e Santos) e reverte no segundo. A diferença é que as remontadas aconteceram no Allianz Parque. A conversa agora é na Neo Química Arena.
A ENCRENCA
Jogo final do Paulistão está previsto para dia 27, quinta-feira à noite, dois dias depois das partidas de seleções na Data-Fifa. Federação Paulista trava com a CBF a mudança da final para dia 30, domingo. Nesse caso, jogos Palmeiras x Botafogo e Corinthians x Bahia, sábado (29/3), na estreia do Brasileirão, teriam de ser adiados.
Corinthians cede Memphis à seleção da Holanda – joga dia 23 (domingo) em casa. Memphis deve voltar ao Brasil na segunda-feira (24/3).
E mais: zagueiro Felix Torres (Equador), volantes Carrillo (Peru) e Martinez (Venezuela) e atacante Romero (Paraguai), todos na Data-Fifa.
Palmeiras também tem cinco convocados: Estevão (Brasil), Rios (Colômbia), Martínez, Piquerez e Facundo (os três no Uruguai).
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