Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, abre negociações com a Caixa Econômica Federal para quitar a dívida do clube com a construção do estádio em Itaquera, a Neo Química Arena. Primeiro encontro entre dirigentes da Gaviões e Caixa se deu nessa sexta-feira (14/6), informa site oficial da torcida. O estádio, inaugurado em 2013, foi palco do jogo de abertura da Copa do Mundo 2014.

Corinthians estima em R$ 700 milhões a dívida do clube com a Caixa, segundo Rozallah Santoro, diretor financeiro do Corinthians em entrevista à ESPN, na quinta-feira (13/6).

Plano da Gaviões é um financiamento coletivo em tempo real, mobilizando todas as torcidas organizadas do Corinthians e torcedores comuns, informando como está arrecadação. E sem interferência de dirigentes do clube.

Veja o que diz a Gaviões em seu site oficial:

“Na tarde desta sexta-feira (14/6), a diretoria do Gaviões da Fiel teve a primeira reunião com executivos da Caixa Econômica Federal para iniciar as negociações visando a quitação da arena por meio dos torcedores do Corinthians. O encontro marcou o início das discussões sobre os primeiros termos necessários para avaliar a viabilidade da estrutura proposta.

“A diretoria do Gaviões da Fiel volta a destacar que o projeto segue em desenvolvimento e que novos detalhes serão divulgados conforme avançam as discussões e negociações com a Caixa”.

“Reforçamos mais uma vez: não caiam em golpes de Pix, cada etapa do projeto será divulgada nos canais oficias do Gaviões”.

A Gaviões não informa como pretende pagar a dívida. A torcida organizada tem 131 mil sócios (dados de dezembro/2023), uma sede social e 11 subsedes (10 no Brasil e 1 no Japão)

Suas fontes de receita: mensalidade, bar, cantina, loja física e virtual e eventos. Novos sócios pagam R$ 40 em um plano quadrimestral e R$ 100 no e plano anual. Sócios pagam até R$ 100 por ano.

 

Rozallah Santoro, diretor financeiro do Corinthians, explica na ESPN como está a negociação do clube para quitar dívida com a Caixa:”

“A última versão da história com a Caixa é aquela negociada no final de 2021, em que a gente teve saldo devedor atualizado para R$ 611 milhões. Essa renegociação mudou. A gente teve que aceitar uma alteração da taxa para CDI e, sem fazer muito a conta, a dívida foi de R$ 550 milhões para R$ 700 milhões. Sabíamos que a dívida era essa, a gente nunca escondeu”.

“A gente teve uma carência durante 2022, começou a pagar juros durante 2023, um total de R$ 100 milhões em quatro parcelas trimestrais. A última não foi paga integralmente, só parcialmente, e vai terminar de ser liquidada no final de fevereiro. E a gente espera ao longo desse ano, em função da queda da taxa de juros, ter a conta de juros reduzida da casa de R$ 100 milhões para R$ 80 milhões. Mas isso só paga juros e vou continuar devendo R$ 700 milhões. Ele não amortiza nada da dívida”, completou.

“Não é um problema insolúvel. A gente tem algumas alternativas em mente, mas precisa alinhar com a Caixa para entender”.

“O tom da resposta (da Caixa) é muito na linha do ‘não dá para aceitar isso’. Então, em resumo, não dá para aceitar nada que você me propôs”.

Diante das explicações do diretor do Corinthians, seria interessante a Gaviões expor seu projeto de pagamento da dívida de R$ 700 milhões.

Tem mais um detalhe: se quitar a pendenga com a Caixa, a Gaviões passa a ser dona do estádio, a Neo Química Arena? A ver.