Futebol é negócio. Paixão alimenta essa engrenagem, infelizmente ao olhar do torcedor. O caso Dudu é um exemplo cristalino dessa verdade. Palmeiras ganha com a saída do jogador. Cruzeiro se beneficia com a transferência. Dudu, aos 32 anos, garante mais cinco anos de contrato e engorda sua conta bancária. O empresário do atleta lambe os beiços. Quem se estrepa nessa brincadeira? O torcedor palmeirense, evidente. Perde o ídolo e se sente traído.

Acompanhe o desenlace da virtual saída de Dudu do Palmeiras e confira quem ganha e quem perde: 

Palmeiras ganha – Do ponto de vista financeiro, clube sai no lucro. Deixa de pagar salários estimados em R$ 2 milhões por mês a Dudu (contrato até 2026). Lucra cerca de R$ 21,5 milhões com a transferência. E abate 25% da compra de Maurício, meia do Internacional, a que o Cruzeiro tinha direito.

Dudu ganha – Contrato maior até 2028 no Cruzeiro (no Palmeiras venceria em 2026) e com direito a um aumento salarial estimado em mais de R$ 300 mil/mês. Aos 32 anos, Dudu terá garantia de jogar por mais quatro anos, após sofrer rompimento do ligamento do joelho direito em agosto de 2023. E seria aclamado ídolo do novo Cruzeiro.

Cruzeiro ganha – Investe em um jogador de alto nível sem gastar muito na contratação. Oferece um ídolo ao torcedor e reforça, do ponto de vista técnico, um atacante que faz a diferença. Dudu foi revelado nas categorias de base do Cruzeiro.

Empresário ganha – André Cury recebe comissão da transferência. Cury fatura alto com a venda de Dudu, Estevão ao Chelsea e leva parte da negociação do Palmeiras com Mauricio. Cury é empresário de Dudu, Estevão e Maurício.

Abel perde – Mesmo vivendo eterna rusga com Dudu, técnico do Palmeiras fica sem uma de suas referências do time no momento de profunda reformulação da equipe.

Torcida do Palmeiras, maior perdedora – Por nove anos idolatrou Dudu. Antes do início dos jogos, gritava “Dudu, Guerreiro!” em retribuição aos préstimos do jogador na recente coleção de títulos conquistados desde 2015.

Futebol é negócio. Se alimenta da paixão dos abnegados, responsáveis direto pelo motor da engrenagem. É como o movimento dos barcos. O vento empurra, a água leva e La Nave Va.