Corinthians e São Paulo se credenciaram à final do Paulistão 2019 eliminando Santos e Palmeiras, os dois times de melhor campanha do campeonato até as semifinais. Decisão será em dois jogos, dia 14, no Morumbi, e dia 21, na Arena em Itaquera. Mas o futebol perdeu sem o Santos na decisão do campeonato.
No confronto São Paulo x Palmeiras, Tricolor surpreendeu com o vigor de sua juventude e o time de Felipão fracassou com futebol sem inspiração, de pouco repertório, apesar de jogadores estelares no grupo. Depois de dois empates sem gols, São Paulo venceu na decisão por pênaltis.
Aplicado e destemido, o time da dupla Vagner Mancini-Cuca não teve medo de cara feia, muito menos da fama dos adversários. Não jogou um futebol de excelência, mas soube se defender quando necessário e dar algumas ferroadas no ataque com pitadas de atrevimento de seus meninos – Antony, o mais ousado. E foi feliz nas cobranças de pênalti, tendo goleiro Thiago Volpi uma ida e volta de quase vilão e herói ao mesmo tempo.
Do outro lado, faltou ao Palmeiras um maior compromisso com o futebol, ideias novas, diante de um adversário arrojado e sem estofo para suportar uma pressão intensa. Nos dois jogos, time de Felipão não fez nada de incomum. Jogou cumprindo o protocolo e pagou caro quando a conta chegou à mesa. Vai ter de se reinventar para encarar a Libertadores, em especial.
No embate Corinthians e Santos, time de Fabio Carille fez boa vantagem na primeira partida quando venceu na sua arena por 2 a 1. Naquele jogo, marcou a saída de bola do adversário e em nenhum momento abandonou o ataque.
No segundo jogo, deu pena ver o Corinthians acovardado com 11 jogadores todos enfiados na grande área e arredores da zona de gol. Medroso, sem imaginação, trouxe o Santos para cima e se salvou bom boas e múltiplas defesas de Cássio.
O Santos valorizou o tal de futebol. Teve posse de bola, troca de passes, as famosas infiltrações, a busca incessante de soluções para guinchar o ônibus do Corinthians estacionado na frente de Cássio. Um massacre, mais de 20 chutes a gol. E uma recompensa ao final da partida com o gol de cabeça do grandalhão Gustavo Henrique, zagueiro como centroavante. Só que 1 a 0 não garantia a classificação à final. A sorte seria decidida nos pênaltis, uma injustiça sem precedentes tamanho domínio santista nos 90 minutos.
Nas cobranças, a maioria bem executada, Corinthians saiu vencedor mesmo sem Cassio ter feito uma defesa – dois pênaltis do Santos morreram nas traves. Um castigo duro, inesquecível. Jorge Sampaoli, técnico do Santos, disse um dia que jogar futebol bem jogado é uma obrigação de qualquer time e que injustiças no resultado final são comuns como acontece no dia a dia de um cidadão, elas se repetem sempre.
A final entre Corinthians e São Paulo é um alívio à Federação Paulista de Futebol. Se, por acaso, o Palmeiras tivesse se classificado, a decisão seria no Allianz Parque, arena do clube que anda às turras com a Federação. Seria um anticlímax aos homens de paletó e gravata que comandam futebol paulista.
Nos outros estaduais mais badalados, nenhuma surpresa. No Sul, o Gauchão será entre Internacional x Grêmio como há séculos. Em Minas, advinha? Cruzeiro x Atletico-MG. E no Rio, Flamengo e Vasco.
Confira fotos dos clássicos Santos 1 x 0 Corinthians e Palmeiras 0 x 0 São Paulo: