Seleção joga por Tite, vence Equador e deixa bomba no colo da CBF

Jogadores abraçam Tite na celebração do gol de Richarlison – foto: CBF

Vencer o Equador era uma obrigação da Seleção Brasileira. Não por uma suposta fragilidade do adversário e sim por solidariedade a Tite. Técnico está no paredão por obra do presidente da CBF e de bolsonaristas de plantão. E os jogadores não decepcionaram. Venceram por 2 a 0, sustentaram o primeiro lugar isolado das Eliminatórias da Copa 2022 com 15 pontos e dedicaram a vitória a Tite.

O triunfo veio à fórceps. Era nítido incômodo do time e da comissão técnica nesses dias de sombra da CBF abraçada ao presidente Jair Bolsonaro na polêmica Copa América.

Uma Seleção Brasileira aborrecida cumpriu os 45 minutos iniciais sem um pingo de inspiração. Nem Neymar e muito menos o sempre agitado Gabigol demonstraram alegria diante dos incansáveis equatorianos.

À beira do campo, Tite também parecia entediado, incomodado. Em nenhum momento soltou o verbo cobrando seus jogadores. Não recorreu ao vocabulário conhecido como “titês”. Calou-se.

A verdade é que a Seleção idealizada por ele não aconteceu. Da defesa ao ataque prevaleceu a burocracia. Laterais Danilo e Alex Sandro não apareceram. Volantes Casemiro e Fred ocuparam quase o mesmo espaço, sem lustro, sem lastro.

Paquetá, o eleito de Tite para articular o ataque, também não se achou. Richarlison, atacante das beiradas, quase não pegou na bola.

Em busca de seu lugar entre os titulares, Gabigol pulou daqui e dali à espera de uma bola para finalizar a gol. Teve uma chance, balançou as redes, mas estava  impedido.

E Neymar? De longe o que mais procurou algo novo na partida. Sucumbiu soterrado por faltas sucessivas. E não conseguiu levar a Seleção ao Olimpo.

A opaca atuação do Brasil no primeiro tempo foi fruto da crise da CBF e de seu moribundo presidente Rogerio Caboclo. Um time incomodado, um treinador com a cabeça a prêmio e um futebol pobre.

No segundo tempo, Tite esperou até os 20 minutos para dar nova vida à Seleção. Talvez irritado com a mesmice de seu time, resolveu arriscar um pouco mais diante da boa marcação do Equador.

Então trocou o inútil volante Fred – até quando Tite vai insistir com Fred? – por Gabriel Jesus. Agora Seleção contava com três atacantes verticais – Richarlison, Gabigol e Jesus – acionados por Neymar. Um Brasil ousado.

Seleção ganhou em atrevimento e vocação do gol. E o primeiro saiu de uma roubada de bola de Neymar servindo Richarlison para marcar na falha do goleiro Dominguez.

Na celebração do gol todos jogadores correram até Tite para um multi-abraço de solidariedade ao técnico que está com a cabeça na bandeja servida pela CBF.

Em seguida ao gol de Richarlison, Jesus por pouco não cravou o segundo. Gabigol perdeu outro na sequência. Foram bons e promissores dez minutos do novo ataque da Seleção até Tite trocar Gabigol por Firmino.

Brasil continuou em cima do Equador. Conseguiu um pênalti sofrido por Gabriel Jesus a cinco minutos do fim do jogo. Neymar bateu, goleiro se adiantou e defendeu. VAR mandou voltar a cobrança e, dessa vez, Neymar conferiu: 2 a 0.

Missão cumprida. Vitória brasileira. E a CBF que se explique.

Jogadores estão do lado de Tite. As imagens após o jogo e as declarações de Casemiro dizem tudo. “Todo mundo sabe do nosso posicionamento”, disse o capitão da Seleção.