Vinicius Jr é vítima de racismo no futebol espanhol em todos jogos do Real Madrid. Seja qual for o adversário ou torcida rival. Apanha de seus marcadores como um condenado, um pecador. Com a bola nos pés ou não, é provocado a todo instante. E não há indícios de que esse cenário possa mudar.

Até aqui racistas não sofrem punições por discriminação a Vinicius. Entidades do futebol, como o próprio Real Madrid, não adotam providências severas contra racistas e provocadores. Nem mesmo a classe de jogadores e, de forma mais restrita os companheiros de time, toma uma posição séria a favor de Vini Jr.

No meio dessa tempestade e trovoadas cada vez mais intensas, Vini Jr reage nas redes sociais. E tira satisfação frente aos seus agressores, de canelas e do verbo, no campo de jogo.

Seu comportamento nos jogos, por mais adequado que seja, tem construído a imagem de que Vini é um provocador, um esnobe, aos olhos dos adversários e de torcidas inimigas do Real.

Vini, apesar da cruz a carregar e bater de frente com agressores, não pode se deixar levar por essa falsa imagem que detratores estão construindo de seu comportamento no gramado.

O espelho de Neymar não pode refletir a imagem de Vini.

Neymar, por estilo de jogo e talento, é visto por uma imensa maioria de adversários e torcedores amigos e inimigos como um provocador maior no futebol europeu. Aquele que não respeita o marcador, as leis do futebol.

A fama de cai-cai está impregnada na cara de Neymar. Os abomináveis memes da internet colam em Neymar como ferro soldado.

Caçado ao se oferecer como caça predileta, Neymar perde a cada dia a batalha das lesões graves nos pés mágicos. E na famosa conta do custo e benefício, tem acumulado prejuízos.

Vini Jr precisa sair de frente do espelho de Neymar. Não se deixar engolir pela desprezível verdade construída por seus adversários e torcidas.

Vini Jr também não cabe no espelho de Gabigol, ídolo forjado no Flamengo como centro do universo, onde tudo pode e o que vale é sua lei.

Em vez de ser um sol do engano, como Gabigol, Vini seria mais feliz como um astro a mais, mas de brilho próprio, a humilhar seus detratores com dribles, gols e sorriso largo.

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São Paulo 10 março 2023. Por Luiz Antônio Prósperi