Luiz Antônio Prósperi – 4 outubro 2025 (09h59) –

Argentina convoca Flaco Lopez e Aníbal Moreno do Palmeiras para amistosos contra Venezuela e Porto Rico na data Fifa desse início de outubro. Quem diria, dois argentinos jogando no futebol brasileiro a serviço da atual seleção campeã do mundo. Não é só isso. Depois de apostar em técnicos portugueses nos últimos cinco anos, clubes do Brasil correm atrás de treinadores da Argentina. Eles já são seis no comando de times da Série A do Brasileirão contra apenas dois de Portugal. Dos 154 jogadores estrangeiros atuando no campeonato nessa temporada, 47 são argentinos – a maioria.

Sem entrar no mérito da questão econômica do futebol entre Brasil e Argentina, com ampla vantagem dos clubes brasileiros em termos de investimentos, não custa atentar para o lado técnico do futebol. Bola, bola. Nesse momento, os argentinos estão em alta. Aníbal e Flaco servem de exemplo.

Dos 20 clubes da Série A, apenas Bragantino e Vitória não têm jogadores argentinos. Fortaleza lidera o ranking, com sete hermanos. E aí uma situação diferente. Mesmo com sete  atletas da Argentina, Fortaleza é o vice-lanterna com 21 pontos correndo enorme risco de rebaixamento à Série B.

Cenário também bizarro envolve o Fortaleza. Seu técnico é o argentino Palermo, goleador da época de jogador defendendo o Boca Juniors. E no jogo contra o São Paulo, quinta-feira (02/10), Palermo sai derrotado por Hernán Crespo, goleador do River Plate nos tempos em que era atleta.

Tivemos um Boca e River na capital cearense. Curiosidade explorada por jornais esportivos e imprensa de Buenos Aires. Dois ídolos, com patente de Seleção Argentina, dirigindo dois clubes brasileiros de muita tradição.

Crespo (São Paulo) e Palermo (Fortaleza) se juntam a Ramón Diaz (Internacional), Pablo Vojvoda (Santos), Luis Zubeldía (Fluminense) e Jorge Sampaoli (Atlético-MG). Seis treinadores argentinos contra apenas dois portugueses – Abel Ferreira (Palmeiras) e Leonardo Jardim (Cruzeiro). Brasileiros ainda são maioria: 11. E um italiano, o Davide Ancelotti no Botafogo.

É por isso que o futebol jogado aqui carrega no sotaque espanhol, idioma dominante na América do Sul. Muito da cultura da bola argentina ganha destaque em nossos clubes.

Se for uma tendência, moda, influenciada pela atual seleção campeã do mundo, tudo bem. Serve pelo menos de inspiração.

Na prática não tem sido bem assim. Os seis treinadores argentinos no Brasileirão não estão acima da média de nossos treinadores brasileiros. Nem seus times jogam o fino da bola nesse momento.

Dos quatro primeiros colocados da Série A, temos o líder Flamengo com técnico brasileiro Filipe Luis, Palmeiras (2.º) e Cruzeiro (3.º) com os portugueses Abel e Jardim, e Botafogo (4.º) do italiano Ancelotti filho.

E do lado lúdico, não temos aqui um craque extraterrestre do porte de Lionel Messi. Messi atua no Inter Miami (EUA) e ainda faz as honras de seu país vestindo a 10 da Seleção Argentina.

No Brasil, Neymar seria o que poderíamos almejar de mais próximo de Messi. Por enquanto, Neymar parece mais um ex-jogador em atividade.

Então, não vamos olhar só o lado ruim desse domínio argentino em nossas plagas. Festejamos, pois, Flaco Lopez e Aníbal Moreno. Eles estão entre nós.


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