Luiz Antônio Prósperi – 11 outubro 2025 (16h07) –

Começou. Brasil enfia 5 a 0 na Coreia do Sul, 23.ª do ranking na Fifa, no amistoso em Seul, sexta-feira (10/10). Dois gols de Estevão, dois de Rodrygo e um de Vini Jr. Imprensa espanhola alardeia em manchetes o “Trio Letal do Brasil”. Mídia brasileira resgata o “Quarteto Mágico” inserindo Matheus Cunha, do Manchester United, escalado por Ancelotti a formar a linha de quatro atacantes da Seleção Brasileira. Alguns lembram ainda de Raphinha, aprontando diabruras no Barcelona, como um possível ‘as’ do novo quarteto de ouro, talvez ocupando a vaga de Matheus Cunha. E os mais apressados dizem: precisava de um técnico italiano para devolver ao Brasil o jeito de o Brasil jogar.

A explosão do ataque diante da Coreia é mais do que uma boa notícia. Não se discute. O problema é a busca no passado recente por conceitos que não nos levaram a nada quando se trata de Seleção Brasileira.

Lembram-se do “quadrado mágico” Ronaldo Fenômeno-Ronaldinho Gaúcho-Adriano-Kaká na Copa do Mundo 2006, com Robinho à espreita de entrar nessa turma? Puft! Não deu em nada. Quarteto se esfarelou diante de Zinedine Zidane e seus colegas da França.

Não há a menor necessidade de se impor ao ataque promissor com Estevão, Rodrygo e Vini Jr algumas pérolas do jornalismo esportivo. Os rapazes jogaram apenas uma partida, um reles amistoso diante de um adversário fraco acostumado a levar sacolas de gols de nosso escrete. Devagar com o andor, se recomenda nas procissões em dias santos da igreja católica. O santo no andor é feito de barro. Se cair, se espatifa.

Até por isso é preciso ter calma, andar devagar mesmo, com Estevão, Rodrygo e Vini Jr nessa nova arrumação da Seleção por parte de Ancelotti, o mister italiano. Mister? Prefiro, allenatore.

Terça-feira, 7h30 (horário de Brasília), Brasil enfrenta o Japão no segundo amistoso dessa rodada de Data-Fifa. Seleção japonesa é mais forte do que a coreana. Seria um bom teste ao nosso tridente Estevão-Rodrygo-Vini Jr. Quem sabe eles não repitam a dose com mais uma baciada de gols?

Ancelotti, Carletto aos íntimos, passaria a ter um bom parâmetro na armação do Brasil para a Copa 2026 nos Estados Unidos.

E se a história se repetir com a fuzarca do “Trio de Ouro” contra os japoneses, por favor, não me venham com essa ladainha de um extraordinário “Quarteto Mágico” com Raphinha na próxima convocação da Seleção.

Até pouco tempo pisávamos em terra arrasada. Acumulávamos fiascos históricos na campanha das Eliminatórias da Copa 2026. Saída de forma melancólica nas Copas de 2018 e 22. Nossa identidade estava perdida.

Não se acha ouro de uma hora para outra. Ainda temos de prospectar. Por isso, sonhamos.

No meu caso, gostaria de ver Endrick a formar o novo “Quarteto Mágico”, diria “Quarteto Fantástico”, ao lado de Estevão-Rodrygo-Vini.

Endrick está acostumado a treinar e viver o dia-a-dia do Real Madrid ao lado de Rodrygo e Vini. Esteve com Estevão no Palmeiras. Endrick é capaz de provocar alucinações nos adversários como já deu provas na sua aparição precoce no futebol.

A encrenca é que Endrick vive dias de “Esqueceram de Mim 2”. Há quase cinco meses não joga no Real Madrid e muito menos na Seleção. Ouvia promessa de Ancelotti quando este dirigia o Real. Agora é todo ouvidos a Xabi Alonso, novo treinador do mesmo Real. Só que Endrick não joga.

Um dos deveres de um treinador, allenatore, é recuperar jogadores. Lapidar o diamante. Polir o ouro. Endrick aguarda impaciente na caixinha de jóias.


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