Luiz Antônio Prósperi – 20 setembro 2025 (12h59) –
Neymar não acabou. Sentença final de sua carreira está longe. Ainda que seus músculos teimem a se esgarçar mês a mês. Na sexta-feira (19/9), mais um. Agora na coxa direita. Segundo disseram os médicos, a nova lesão se localiza no reto femoral do quadríceps. Traduzindo: região frontal da coxa ou região do “motor do chute”. Fato é que os feixes de músculos de Neymar não têm sustentado os movimentos do craque. É a sua terceira lesão no ano. E pelo menos mais um mês no estaleiro. De julho, após parada do futebol no Brasil no período do Mundial de Clubes, até aqui, Neymar cumpriu apenas dez jogos com o Santos.
É de se perguntar: não é hora, ou passou da hora, de o Santos tocar sua vida sem o sonho de Neymar e organizar o time com a missão prioritária de não ser rebaixado no Brasileirão?
Chega de se iludir com o messias Neymar. Atolado ali pertinho da zona do rebaixamento – 16.º lugar com 23 pontos em 22 jogos –, Santos precisa dar um jeito na sua vida. Série B mais uma vez seria decretar a falência do clube.
Quanto a Neymar, a saída é procurar Ronaldo Fenômeno mais uma vez. Os dois se encontraram em junho desse ano na casa do craque santista. Agora é hora de uma conversa mais séria.
Sentar-se ao lado de Ronaldo na varanda da mansão e Mangaratiba, no litoral do Rio de Janeiro, e, gesto humilde, pedir ao Fenômeno para contar em detalhes a história de sua recuperação da cirurgia do joelho até a consagração na Copa do Mundo de 2002 com a conquista do Penta.
Ronaldo vai lhe contar que em 2001 voltou a jogar depois de um ano recuperando-se de uma cirurgia no joelho, com direito a enxerto, na recomposição dos ligamentos destruídos quando já era dado como inútil ao futebol.
Volta em agosto 2001 na Inter de Milão, mas não emplaca um sequência normal de jogos sempre interrompida por causa de sucessivas lesões musculares. E aí toma uma decisão drástica: elaborar um plano com médicos, fisiologistas, nutricionistas, dentista, psicólogo e preparadores físicos para “refazer” seu corpo.
Capitaneada pelo médico José Luiz Runco, então chefe dos médicos da Seleção Brasileira, a equipe de especialistas tranca Ronaldo na Granja Comary, em Teresópolis, por quase um mês a partir de fevereiro de 2002 em pleno carnaval. Do tratamento odontológico ao realinhamento dos músculos, do cardápio elaborado a chutes na bola, o Fenômeno sai revigorado da estadia na Granja Comary e à disposição de Felipão para a Copa de 2002. Cabeça boa e confiança.
Neymar precisa de um tratamento ao modelo do prontuário de Ronaldo se quiser disputar a Copa do Mundo de 2026 nos Estados Unidos. E colaborar com o Santos, mesmo sem jogar, na luta contra o rebaixamento no Brasileirão. É urgente.
Neymar, é hora de ouvir o Fenômeno mais uma vez e levar a sério seus conselhos. Futebol não pode tudo. A encruzilhada está a sua frente. Faça a escolha certa ou adeus viola.





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