⊕ O futuro de Israel na UEFA pode ser conhecido antes da rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo, dia 6 de outubro

⊕ Seleções nacionais e clubes podem ser suspensos das competições


Paulo MacInnes, The Guardian, 26 setembro 2025 (13h25)

A Uefa pode decidir já na semana que vem se suspende Israel de suas competições, com a entidade que comanda o esporte enfrentando crescente pressão de dentro e de fora do esporte. Reportagens publicadas na quinta-feira, inicialmente no Times, sugeriram que uma votação que determinaria a participação de Israel nas eliminatórias da Copa do Mundo e do Maccabi Tel Aviv na Liga Europa poderia ser realizada pelo comitê executivo da Uefa antes do início da pausa internacional em 6 de outubro.

A UEFA informou que não há reuniões agendadas para a próxima semana, com a próxima reunião do Conselho Executivo marcada para 3 de dezembro. Mas fontes de dentro das federações nacionais disseram que os eventos pareciam estar chegando a um ponto crítico e que a UEFA e seu presidente, Aleksander Ceferin, eram cada vez mais esperados para tomar medidas.

Houve um número crescente de intervenções fora do campo. Na terça-feira, um grupo de diplomatas seniores pediu à UEFA e à FIFA que decretassem uma proibição após a publicação de um relatório da comissão internacional independente de inquérito das Nações Unidas que concluiu que Israel estava cometendo genocídio em Gaza. Na semana passada, o grupo de campanha Game Over Israel ocupou um outdoor na Times Square, em Nova York, para pedir às federações que boicotassem qualquer partida contra o país.

Entende-se que vozes dentro do jogo também têm se manifestado em particular, incluindo aquelas do mundo dos clubes.

A Itália é um dos países sob pressão para agir. A Azzurra, juntamente com a Noruega, deve enfrentar Israel na próxima rodada das Eliminatórias, com partida marcada para 14 de outubro em Udine. A Itália acaba de sair de uma greve geral de 24 horas em protesto contra o comportamento de Israel em Gaza.

Gabriele Gravina, presidente da Federação Italiana de Futebol, que integra o conselho executivo da UEFA, afirmou esta semana que qualquer boicote “só favoreceria Israel, que, em teoria, poderia ser impulsionado em sua jornada classificatória para o torneio”. Ele também afirmou que “denunciou” o sofrimento em Gaza e que “não há ninguém que possa ficar indiferente a esse sentimento de sofrimento e dor”.

Qualquer decisão de suspender a Federação Israelense de Futebol seria tomada por maioria simples dos 19 membros do conselho executivo da UEFA. Fontes internas sugerem que, se fosse proposta, a votação teria grandes chances de ser aprovada, com apenas três ou quatro abstenções ou votos contrários. No entanto, poderia ter consequências políticas consideráveis.

O governo dos Estados Unidos, por exemplo, alertou que se oporia a qualquer decisão desse tipo, já que o país será co-anfitrião da Copa do Mundo no próximo verão. “Trabalharemos para impedir totalmente qualquer tentativa de banir a seleção israelense de futebol da Copa do Mundo”, disse um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA à Sky News.

Qualquer suspensão significaria a remoção de um participante de uma competição organizada pela FIFA pela UEFA. A FIFA, sob a presidência de Gianni Infantino, desenvolveu um forte relacionamento com o governo Trump.

O órgão regulador global está investigando alegações de times que realizam partidas em assentamentos ilegais na Cisjordânia, uma revisão que segue um pedido da Associação Palestina de Futebol (PFA) em 2024.

Na quinta-feira, Jibril Rajoub, presidente da PFA, disse que se reunirá com Ceferin e Kirsty Coventry, presidente do Comitê Olímpico Internacional, para discutir o assunto na próxima semana. “Acredito que israelenses não devem ser autorizados a participar de nenhuma partida, seja ela regulamentada pela UEFA ou pela FIFA”, disse ele à TV2, na Noruega. “Israel violou princípios, valores e os estatutos da FIFA. Portanto, acredito que Israel deve ser sancionado. Espero que a UEFA siga o espírito dos estatutos.”

No ciclismo, o patrocinador canadense da equipe Israel-Premier Tech pediu uma mudança de nome. Seus ciclistas foram alvo de manifestantes na recente Vuelta a España, causando interrupções no evento Grand Tour. Estima-se que mais de 100.000 pessoas estiveram nas ruas de Madri durante a etapa final, com manifestantes criticando a presença da equipe Israel Premier Tech. Em um comunicado divulgado pela Rádio Canadá, a Premier Tech afirmou: “A situação atual em relação ao nome da equipe não é mais sustentável para atingirmos nosso objetivo.”


reportagem publicada no jornal The Guardian, da Inglaterra, 26/9


 


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