Luiz Antônio Prósperi – 6 outubro 2025 (18h05) –
Futebol brasileiro volta ao esgoto depois da rodada do Brasileirão nesse fim de semana (04 e 05/10). Arbitragens ruins, uma patente do campeonato nacional não é de hoje, inflamam debates na mídia esportiva, botecos e até na granfinagem de dirigentes de clubes. O ruído é um só: estão todos sob suspeita e o maior beneficiado é o Palmeiras. É de corar o santo.
Jornalistas de currículos respeitáveis pedem investigação da arbitragem de Ramon Abatti Abel (juiz de campo) e Ilbert Estevam da Silva (do VAR) no clássico São Paulo 2 x 3 Palmeiras. Os colegas de imprensa mais descompromissados com a verdade falam em “assalto”, “esquema”. E nos botequins, a presidenta Leila Pereira comprou a CBF.
Na seara mais graúda da cartolagem, o diretor de futebol do Flamengo, senhor José Boto, nascido em Portugal, acusa: “Deixa suspeitas”.
” Falar um pouco sobre a percepção que eu tinha quando eu estava na Europa e que se falava muito da arbitragem brasileira. Eu não estava dentro e não percebia, hoje consigo perceber…”
Sr. Boto vai além:
“O que acontece em outros campos deixa suspeitas do que se passa por trás. O árbitro, que nos prejudicou na quinta-feira passada (Flamengo 0 x 0 Cruzeiro) teve como prêmio ir apitar o jogo (São Paulo 2 x 3 Palmeiras) do nosso rival. E fez o que fez. Alguém tem que vir falar da CBF… Não podemos fazer mais, que é falar com eles, mostrar os lances que nos prejudicam e ver nossos principais rivais serem ajudados da forma como são. O Flamengo não pode chegar e invadir a CBF, é a CBF que tem que explicar…”
E Boto conclui:
“Não estou acusando ninguém, mas isso não me cheira bem, não acho que seja só falta de qualidade dos árbitros…”
Dirigentes do São Paulo bateram pesado, como manda o protocolo de quem se sente prejudicado por erros rasteiros da arbitragem. Querem providências da CBF e a quem de direito.
Hernán Crespo, técnico argentino do São Paulo, de carreira consagrada no futebol europeu quando era jogador (de 1993 a 2012), disse:
“Pessoalmente, nunca vivi algo igual de escandaloso como hoje. Tenho 50 anos, 32 de futebol, como jogador e treinador. Nunca vi nada tão evidente”.
Crespo jogou sua carreira quase inteira no futebol italiano, um país contumaz em escândalos de arbitragem e manipulação de resultados.
Palmeiras rebate com nota oficial: “Querem instalar o caos”
“A Sociedade Esportiva Palmeiras vê com preocupação a pressão descomunal que alguns clubes têm exercido publicamente, e também nos bastidores do futebol brasileiro, com o intuito de instaurar o caos, beneficiando-se dele para coagir entidades e indivíduos em busca de vantagens futuras e criando narrativas que tentam macular o competente trabalho realizado pela nossa instituição.
É demasiado cômodo creditar a uma decisão do árbitro – e somente a ela – uma virada épica, conquistada com o gosto do suor e três gols anotados em um intervalo de 19 minutos. Até porque também houve marcações da arbitragem desfavoráveis ao Palmeiras…”
O esgoto escorre a céu aberto no futebol brasileiro. Reta final de campeonato e da temporada é propícia às teorias da conspiração, compra de árbitros e corrupção por todos os lados.
Curioso nesse recente episódio da arbitragem no clássico São Paulo 2 x 3 Palmeiras é que ainda ninguém acusa as Bets (casas de apostas) de manipulação de resultados. Mas, pode esperar, logo logo as Bets serão lançadas nessa história.
Vivemos o retrocesso do retrocesso no futebol brasileiro ao entrar na vala de “campeonato manchado”, “suspeitas”, “isso não cheira bem”, “maior escândalo do futebol brasileiro”.
Detalhe: os árbitros de campo e VAR dos jogos São Paulo 2 x 3 Palmeiras e Bragantino 1 x 0 Grêmio foram afastados pela CBF ainda no domingo (05/10). Popular geladeira.
E o senhor fortão da foto que ilustra esse post, Samir Xaud, é o recém-eleito presidente da CBF. Seria Xaud um são-paulino favorecendo o Palmeiras?
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