Quem se reúne por três horas com um dirigente de futebol não está preocupado com a idoneidade do interlocutor. Tite esteve com Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, nesta noite de terça-feira (14/6) na sede da entidade, tratando das condições para assumir a Seleção Brasileira.
O ainda técnico do Corinthians responde nesta quarta-feira (15/6) se aceita ou não suceder Dunga no comando do escrete.
A se levar em conta a total falta de entusiasmo com que deixou o prédio na CBF, por volta da meia-noite, é bem provável que Tite diga NÃO a Del Nero, para desespero do cartola. Tudo o que Del Nero precisa urgente é de um SIM do treinador.
Entregaria a Seleção a um técnico com unanimidade nacional, se refugiria nas salas e entranhas da sede da CBF e deixaria Tite aos leões.
Tite já disse ao cartola-mor que não abre mão de assessores mais próximos, que estão com ele no Corinthians, e também do peso para indicar o novo coordenador de seleções para o lugar de Gilmar Rinaldi.
Outra exigência é um contrato até o fim da Copa do Mundo de 2018 e, sem informação oficial, com multa rescisória se for demitido no meio do caminho como aconteceu com Dunga, após o desastre na Copa América Centenário. O resto são detalhes.
Quem acredita que Tite não disse sim, após a longa reunião na CBF, por não comungar com a gestão de Marco Polo Del Nero, não passa de um inocente.
Bom alertar que Tite viajou de São Paulo ao Rio no início da noite desta terça-feira a bordo de um jatinho da CBF e voltou para a capital paulista no fim da mesma noite em um helicóptero a serviço da entidade presidida por Del Nero.
A preocupação do técnico do Corinthians não é Del Nero e sim as garantias de que não sofrerá interferências de patrocinadores nem da rede de televisão detentora dos direitos de transmissão do futebol brasileiro. E ter autonomia total na convocação de jogadores.
CORINTHIANS SALVA PÁTRIA
Se Tite confirmar o acordo com Del Nero, será a quarta vez que um treinador é tirado do Corinthians para socorrer a Seleção e a CBF.
Foi assim com Vanderlei Luxemburgo, em agosto de 1998. Ele acumulou os dois cargos até se desligar do clube em dezembro e ficar só com a Seleção a partir de janeiro de 1999.
Em 2003, foi a vez de Carlos Alberto Parreira, campeão da Copa do Brasil com Corinthians, assumir o cargo vago com a saída de Felipão depois da conquista do Mundial de 2002.
Por fim, Mano Menezes, que herdou o comando da Seleção em agosto de 2010 a convite de Ricardo Teixeira, que havia demitido Dunga ao fim da Copa da África do Sul.
A história deve se repetir com Tite, para desespero dos corintianos.