Roberto Andrade, presidente do Corinthians, não explicou na entrevista coletiva desta quarta-feita o motivo de ter ficado surpreso com a decisão de Tite assumir a Seleção Brasileira. “Fiquei sabendo há duas horas pelo próprio Tite, fui surpreendido”, disse Andrade, muito irritado, por volta das 18h.
A pergunta: Tite passou três horas reunido com Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, até a meia-noite da terça-feira. De onde vem a surpresa de Andrade no dia seguinte?
Ao que parece a irritação de Roberto Andrade não foi com a CBF, como ele fez questão de afirmar na coletiva, e sim com o próprio treinador por aceitar o convite de Del Nero.
Na cabeça do presidente do Corinthians não passava o SIM de Tite a Del Nero. Imaginava que o treinador fosse negar o convite, como fez das outras vezes em que foi sondado por interlocutores da CBF, nos últimos dois anos.
O Corinthians, na verdade, se sentiu traído por Tite. De Roberto Andrade (foto) ao ex-presidente Andrés Sanchez, todos esperavam por uma postura mais coerente dia treinador, que, inclusive, havia assinado um manifesto no fim do ano passado contra a permanência de Del Nero na CBF.
Andrés Sanches é inimigo número 1 de Del Nero a quem já fez críticas até com palavrões. Não custa lembrar que Sanchez é candidatado a uma dia a assumir o comando da CBF.
Bom lembrar ainda que Sanchez era diretor de Seleções da CBF, nomeado pelo então presidente da entidade Ricardo Teixeira após a Copa do Mundo de 2010.
Quando Teixeira caiu em 2012 e José Maria Marin e Del Nero assumiram o poder de fato na CBF, uma das primeiras providências da dupla foi despedir Andrés Sanchez da entidade. Desde aquele momento, Sanchez passou a ser adversário figadal de Del Nero.
Voltando ainda no tempo, foi Sanchez quem bancou a permanência de Tite no comando do Corinthians no dia seguinte após ser eliminado pelo Tolima (foto abaixo) ia pré-Libertadores em fevereiro de 2011 – um dos maiores vexames da história do clube.
Sanchez sustentou Tite e deu alicerce para que fosse campeão brasileiro naquele mesmo ano e, por tabela, da Libertadores e do Mundial de Clubes de 2012.
Essas conquistas levaram Tite a subir de patamar e se colocar entre os grandes treinadores do futebol brasileiro. E nome certo em listas de favoritos a assumir um dia o escrete nacional.
Deixar o Corinthians e pegar a Seleção Brasileira seria natural na sequência de sua carreira. No clube havia esse entendimento.
Só não imaginavam que o momento seria agora, quando Del Nero está bombardeado por ações do Ministério Público dos Estados Unidos, Conselho de Ética da Fifa e CPI do Senado do Brasil.
Até por isso, Andrés Sanchez afirmou na segunda-feira (13/6) que “Tite não seria burro de deixar o Corinthians, com uma baita estrutura, para ir trabalhar na CBF com a Seleção Brasileira neste momento ruim”.
Tite não quis nem saber. Deixou o Corinthians e ainda levou para a CBF mais da metade de seus assessores de comissão técnica, entre eles Edu Gaspar (foto).
Ao ver que o treinador iria mesmo embora, Roberto Andrade resolveu mirar sua artilharia para cima da CBF, a quem chamou de sorrateira, e desde já anunciou a ruptura do clube com a entidade.
O gesto do presidente do Corinthians não vai representar nada. Não passou de um desabafo. A conferir.
to triste.amo o tite
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Todos eles se encantam com o canto da sereia
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O Rogério Ceni e o Eduardo Bandeira de Melo estavam rompidos com a CBF até dia desses. Ahhh, o Tite também estava hahahaha.
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