Holanda vence Estados Unidos por 3 a 1, avança às quartas de final e aguarda Argentina de Lionel Messi. Vitória protocolar construída com seguro sistema defensivo e contra-ataques letais. É a nova obsessão do técnico Louis Van Gaal. Os EUA cumpriram sua missão sem desafinar, lutaram até o fim sempre pensando em atacar. E isso diz muito a respeito dessa esquadra atrevida e jovem.
Estados Unidos saem forte no início do jogo. Arrojados, atacam com até cinco a fustigar área holandesa. Sem cessar, obrigam a Noppert defender com os pés o chute de Pusilic, com menos de 5 minutos.
Seria uma aviso de chumbo grosso sem trégua. Intensos, não desistem. Criam embaraços à Laranja, nem de longe mecânica dos anos 1970 e inicio dos 1980.
Neste momento se percebe com clareza nova vertente da Holanda de Louis van Gaal. Defender com rigor é o mantra. Atacar quando der e na velocidade do lateral Dumfries a serviço dos rápidos atacantes Gakpo e Depay.
Van Gaal não quer uma seleção holandesa avassaladora no ataque. Sua predileção, até contra a tradição de seu país, é ter um time equilibrado, seguro até o fim.
Por isso arma a Laranja com três zagueiros encorpados por mais dois volantes de ofício De Roou e Frenkie de Jong. Quando os EUA vinham como uma onda, lá estavam cinco holandeses a defender e mais Klaassen e mais Gakpo e Depay abaixo da linha divisória.
A resposta ao furacão americano vem com a arma mais letal holandesa: as investidas de bólido de Dumfries. Na sua primeira descida, cruza para trás e encontra Depay livre perto da marca de pênalti. Depay bate de primeira. Holanda 1 a 0, aos 10 minutos.
Gol, vantagem. A marcação a ferro e fogo continua contra um Estados Unidos destemido, sempre a usar o lateral Dest e Musah na saída vertical e veloz rumo à zona de gol inimiga. Dali para frente a conversa era com Pulisic, Weah e Jesús Ferreira. Ataque intrépido e pouco eficiente no ato final.
Quase ao final do primeiro tempo a história do início de jogo se repete. Noppert defende chutaço de Weah. Holanda responde com nova descida de Dumfries e cruzamento idêntico do primeiro gol. Agora quem aparece livre para arremate final é Blind. Holanda 2 a 0, aos 45 minutos.
Van Gaal em nenhum momento se levantou do banco para orientar seus jogadores. Discreto como uma esfinge.
Na volta para segundo tempo, técnico holandês troca um volante por outro – entra Koopmeiners, sai De Roon, saca meia Klaassen e lança atacante Bergwijn.
Jogo não se altera. Comportamento das seleções se repete. Holanda firme na marcação e contra-ataque a granel. Estados Unidos em cima, ansioso e agônico. Nada muito prático. De cansar até sua torcida que aos poucos diminui os decibéis dos cantos “USA, USA, USA…”
Quando não se esperava mais mudança drástica no rumo do jogo, EUA incendiaram Estádio Khalifa. Em descuido da marcação, Pulisic, craque norte-americano, recebe livre pela direita cruza rasteiro. Wright desvia de calcanhar. Gol americano, aos 31.
Não deu tempo de a torcida se animar. Resposta holandesa veio a galope. Lateral-esquerdo Blind cruza e do outro lado chega o lateral-direito Dumfries para emendar de primeira. Holanda 3 a 1. Restabelecida hierarquia.
Vencida batalha contra Estados Unidos, Holanda avança às quartas de final. Parada agora é contra Argentina de Messi ou Austrália.

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