Luiz Antônio Prósperi – 14/junho – (19h22)
Espanha vence Inglaterra por 2 a 1 e conquista a Euro 2024. É o quarto título de La Roja, a maior campeã da história da Eurocopa. Nenhuma seleção tem quatro taças do continente. Façanha inquestionável. Espanha derrotou quatro campeãs do mundo até chegar à glória. Deixou pelo caminho a Itália, Alemanha, França e, na final, a Inglaterra. E ainda se deu o luxo de ter volante Rodri eleito o craque do torneio e o garoto Yamal, 17 anos, o melhor jovem jogador da Euro. A Inglaterra paga por seus pecados.
A conquista carimba o futebol vertical, sem manobras de efeito, em busca do gol. Marca da Espanha nessa Euro disputada na Alemanha. Em nenhuma partida faltou coragem à seleção. Nem nos momentos mais complicados, como na partida contra anfitriã Alemanha nas quartas de final.
É a vitória também de uma aposta da Federação Espanhola de Futebol ao entregar La Roja a um técnico conhecedor as categorias de base da seleção. Luis de la Fuente era um desconhecido até então no continente. Na Espanha, sua missão era garimpar jovens jogadores espalhados nos mais diversos clubes de La Liga. Não por acaso, formou a seleção principal sem maioria de jogadores do Barcelona e Real Madrid, abastecedores tradicionais da seleção espanhola.
Uma boa lição, por exemplo, ao futebol brasileiro. Por que não entregar a Seleção Brasileira a um treinador que conhece a base? Falamos de André Jardine, campeão olímpico no comando da seleção Sub-23 na Olimpíada do Japão 2021. Aliás o último título de relevância do nosso futebol.
Naquela Olimpíada de 2021, Brasil conquista medalha de ouro derrotando a Espanha na final. Quem era o técnico da Espanha? Luis de la Fuente, campeão da Euro 2024 nesse domingo. Pois bem, Fuente levou para Euro 2024, sete jogadores que estiveram com ele na derrota para o Brasil na Olimpíada de 2021: Merino, Oyarzabal, Cucurella, Pedri, Zubmendi, Unai Simon e Olmo.
Em vez de investir em técnicos rodados, como Dorival Júnior, CBF poderia bancar novos que conhecem a nova geração de jogadores do Brasil. Espanha da exemplo na conquista da Euro.
De La Fuente conhecia muito bem os jovens Yamal, Nico Williams, Fermín, Pedri e outros pouco mais “velhos” que jogam em times intermediários, como Olmo, Oyarzbal, Merino, Le Normand, Zubmendi, vasculhados por lupa do treinador.
Jovens acima da média, coadjuvantes de muita qualidade e um regente de nome Rodri formataram a Espanha da Euro 2024.
Espanha que encarou a Inglaterra na final sem nenhum medo. Foi para cima quando necessário tirando proveito de um adversário sem personalidade.
Inglaterra, desde a estreia, não se impôs em nenhuma partida. Apesar de contar em suas fileiras com jogadores de fino trato – Bellingham, Kane, Foden, Palmer, Saka, Rice e outros menos cotados –, se acovardou na maioria dos jogos. Gareth Southgate vai pagar caro essa conta. E agradecer por ter alcançado a final da Euro 2024 sem mérito algum. Diferente de 2021 quando perdeu da Itália nos pênaltis na final.
Na decisão, Inglaterra sofre gol de Williams, aos 2 minutos do segundo tempo. Demora a reagir, sempre suando horrores para bloquear a Espanha que não desistia de buscar um segundo, terceiro gol. Só chega ao empate com Palmer, 28 minutos, após reorganização do time com Bellingham atuando pelo centro e perto da zona de gol.
Ao empatar o jogo, os ingleses recolheram suas tropas à espera de um erro espanhol. Plano dos mais frágeis possíveis. Acontece que a Espanha não vacilou, mesmo em lance salvo de Olmo em cima da linha. No fim, a quatro minutos do encerramento da decisão, Oyarzabal marca o segundo garantindo título espanhol.
Detalhe: Rodri, craque da Euro 2024, nem voltou para o segundo tempo. Machucado, ajudou a reger o time no banco de reservas até a consagração total. Espanha é tão única que muitos torcedores nem sentiram falta de Rodri nos últimos 45 minutos da decisão.
Espanha é tetra. Se inicia um novo império do futebol europeu.
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