Luiz Antônio Prósperi – 21 agosto (14h)

Hugo Souza, 25 anos, e Fabio, 43 anos, goleiros. Os dois fecham a terça-feira (20/8) de Copas internacionais consagrados em seus clubes. Hugo cata três pênaltis na decisão contra Bragantino e leva Corinthians às quartas de final da Sul-Americana. Fabio defende dois pênaltis nas cobranças do Grêmio e classifica o Fluminense às quartas da Libertadores. Os dois, sem conhecimento ou não, honram uma tradição histórica de Corinthians e Fluminense.

Clube paulista costuma apostar em goleiros altos e especialistas em defender pênaltis. Clube carioca valoriza goleiros de baixa estatura e longevos.

Hugo Souza tem 1,99 m. Coincidência, quase mesma altura de Cássio e Dida, 1,96 m, carimbados no Corinthians como muralhas na hora de se decidir um jogo nas penalidades. Três goleiros de muita envergadura e de meter medo nos que se apresentam para ajeitar a bola na marca da cal na grande área.

Fabio tem 1,89 m, 13 cm a mais alto que Félix Venerando (1,76m), um dos goleiros com mais jogos (319) na história do Fluminense. Felix jogou até os 41 anos no clube carioca. Castilho, 1,81 m, tem incríveis 698 jogos pelo Fluminense, nas décadas 1940, 50 e 60 – atuou até os 38 anos no Flu. Paulo Victor, 1,89 m, é o segundo goleiro com mais partidas (463) com a camisa tricolor – o mais novo da turma, jogou até os 30 anos nas Laranjeiras.

Desses quatro goleiros históricos do Fluminense, nenhum tem mais de 1,90 de altura.

Números de jogos, estatura, idade, seja qual critério for, Hugo Souza e Fabio dominam a cena nas Copas.

Hugo chora, ainda apegado à curta trajetória no futebol com percalços vividos no Flamengo, seu clube de origem.

Desvalorizado e humilhado até com vaias no Rubro-Negro depois de meteórico pulo da base ao time de cima, estava emprestado ao Chaves de Portugal.

Desembarca no Corinthians, ainda uma incógnita, e pode ser comprado por apenas R$ 5 milhões depois de 11 jogos de grandes atuações no clube paulista.

Fabio honra tradição de goleiros velhos no Fluminense
Fabio defende pênalti contra Grêmio e salva Flu – foto: Fluminense oficial

Fabio não chora, apenas se entrega às orações como perpetuou no Cruzeiro. Chega a 170 jogos no Fluminense, depois de atuar em inimaginável 976 partidas com a camisa do clube azul de Minas.

Goleiros, por característica da função que exercem em um time de futebol, podem ultrapassar a casa dos 40 anos jogando em alto nível. Caso de Fabio. E muitos surgem como milagreiros ainda com 20 anos, caso de Hugo Souza quando apareceu grandão no Flamengo.

Goleiros não têm pecados. Vivem no fio da navalha. No limite irracional de heróis e vilões, conceitos surrados do futebol. Habitam a última linha fatal do campo de jogo. Transitam entre o corredor da morte e a porta de saída da absolvição. Goleiros.


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