Luiz Antônio Prósperi – 7 setembro (13h45)

Seleção Brasileira continua no divã sem resolver suas contradições. A vitória por 1 a 0 contra o Equador, sexta-feira (06/9), escancara as evidências de que não evoluímos. Futebol opaco prevalece. Nem é por falta de bons jogadores, talentosos. É questão de conceito, jeito de jogar. Quem deve assumir essa responsabilidade é o técnico. Não parece que Dorival Junior esteja pronto a dar respostas. Dorival é treinador de clube, com ideias de times de clubes. Seleção a conversa é outra.

É preciso coragem também para reconstruir a Seleção. E não venha com essa história de que não tem tempo para treinar. Dorival passou quase um mês treinando a Seleção entre os amistosos em junho (México e Estados Unidos) e depois na Copa América nos EUA. Tempo suficiente para montar um time.

É verdade que Dorival montou a Seleção a seu jeito na Copa América e repetiu a letra no jogo contra o Equador. Dois volantes – André ou João Gomes e Bruno Guimarães – e mais Paquetá. Na frente, o faz-tudo Rodrygo, um ponta (no caso, Luiz Henrique) e o aclamado Vini Jr.

Dorival lembra Tite com essa formação. Está claro, cristalino, que Bruno Guimarães não é construtor. No máximo um adepto da correria. Está claro, cristalino, que Paquetá não é o meia articulador. Insistir com Paquetá como o pensador é esperar que a rocha vire pó a cada tempestade.

Paquetá ainda precisa resolver seu problema nas acusações de favorecer amigos em apostas esportivas – caso se arrasta na Inglaterra e sem parecer final da Fifa.

Qual a dificuldade de se escalar um meio-campo com André (ex-Fluminense), Gerson (Flamengo), Matheus Pereira (Cruzeiro) ou Raphael Veiga (Palmeiras) ou Rodrygo (Real Madrid)?

Por que viver amarrado a jogadores famosos pela intensidade do jogo e pouco afeitos a criar?

Qual a dificuldade de se arriscar um ataque com Estevão, Endrick e Vini Jr?

Apostar no conceito de um time mais leve, envolvente, não é para qualquer um. Medo de ser ousado breca a evolução.

Por isso a torcida vive da expectativa de ver uma Seleção apaixonante, mas recebe cada vez mais  uma equipe fiel a um tabuleiro com cada jogador na sua posição, sem sair do seu quadrado. É proibido ser versátil.

Copiando análise de Casagrande, é inadmissível a Seleção Brasileira jogar sem um centroavante de ofício nos 90 minutos de jogo com o Equador. E olha que no banco estava Endrick, a maior promessa de um goleador do futebol brasileiro desde que Ronaldo Fenômeno abandonou as chuteiras.

A cada jogo se espera um despertar da verdadeira Seleção Brasileira. Por enquanto, o time do Brasil continua adormecido no berço esplêndido dos tempos de glórias de 1958, 1962, 1970, 1994, 2002  e do futebol encantador de 1982.


Descubra mais sobre PRÓSPERI NEWS

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe um comentário

Tendência

Descubra mais sobre PRÓSPERI NEWS

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue lendo