Luiz Antônio Prósperi – 15 fevereiro (12h26) –

Cego, surdo e mudo. É a tradução do gesto de tapar o ouvido adotado por Memphis Depay na comemoração de seus gols. Eu e meu mundo, seria recado do jogador holandês contratado pelo Corinthians em setembro de 2024. Certeiro. Memphis vive o mundo dele no Brasil. Joga futebol se divertindo, coleciona milhares de fãs a cada jogo, canta suas músicas de raper, faz festa e, mais importante, gols. Por enquanto, tudo perfeito. A Fiel anda encantada com o seu holandês.

Memphis vive o descobrimento do Brasil nesses seis meses desde que aportou no Corinthians. Tinha uma noção vaga do que seria jogar bola no país pentacampeão do mundo. Só não imaginava que seria tão prazeroso um jogador europeu encantar brasileiros nos trópicos.

Filho de pai ganês (Dennis Depay) e de mãe holandesa (Cora Schensema), Memphis nasceu na vila de Moordrecht – antigo município da província de Holanda do Sul, nos Países Baixos, situada ao longo do rio Hollandse IJssel, diz o Wikipedia.

Atrás da bola, o ídolo corintiano vive essa vida desde os 12 anos quando inicia a carreira no PSV, da sisuda cidade de Eindhoven, mesmo clube onde Romário e Ronaldo Fenômeno abriram as portas ao futebol da Europa.

De Eindhoven, Memphis vai a Manchester, outra cidade industrial, defender as cores vermelhas do United. Depois pula para Lyon, paraíso gourmet da França, com a camisa do Olympique (clube hoje sob tutela de John Textor).

De Lyon salta até Barcelona, uma das cidades mais turísticas do mundo, a jogar no clube que um dia foi conhecido como “time do Messi”. E fecha o ciclo europeu no Atlético de Madrid, onde conhece as delícias e contradições da capital da Espanha.

Tudo isso para desembocar em São Paulo e no Corinthians. Assina um contrato com direito a receber R$ 82 milhões em dois anos, cifras que podem alcançar R$ 120 milhões desde que cumpra metas esportivas. De onde vem a grana? Corinthians se socorre ao patrocinador, uma casa de apostas esportivas.

Memphis se amarra nas garantias do contrato e vai viver sua vida.

Na madrugada de quarta para quinta-feira (13/2), o holandês resolve se esbaldar. Cheio de si depois da vitória por 2 a 1 contra o Santos, quando encontra com seu amigo Neymar na Arena Neo Química em Itaquera, reúne amigos e convidados para uma festinha especial: a comemoração de seu aniversário de 31 anos.

Festa acontece no Palácio dos Cedros no bairro do Ipiranga. Por gosto de Memphis, carros antigos de colecionadores ficaram expostos em frente ao palácio – construção de 1923 que teve como moradores os Jafet, tradicional família de origem libanesa. Palácio tem 50 cômodos e inspiração nos castelos renascentistas europeus.

Memphis se diverte à beça cantando ao lado dos cantores Jorge Ben Jor e Matuê. E samba ao som de uma bateria de escola de samba.

Não se tem registro na festa da presença de Analice Matos, massagista terapêutica e empresária no setor da moda, namorada do jogador holandês.

Nem mesmo se Alice foi vista na primeira parte da festa, na véspera da comemoração no Palácio de Cedros, quando Memphis sobe ao palco ao lado de seu amigo MC Hariel. Os dois devem lançar, na segunda-feira (17/2), o “Falando com as Favelas”, EP com quatro faixas.

Memphis Depay, parece, não quer outra vida tão cedo. Sua comunhão com a Fiel, Corinthians e os prazeres de São Paulo tem sido perfeita. Enquanto retribuir com os gols e passes aos parceiros de time, tudo bem.

“Vocês não sabem, mas tem muitos jogadores europeus querendo vir aqui jogar no Brasil”, revela Memphis.

Quem disse aos gringos que a vida aqui tem sido tão boa a um boleiro de fora? Memphis está cada vez mais cego, surdo e mudo.


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