Luiz Antônio Prósperi – 10 março (11h45) –
Neymar não tem direito à dúvida. Nada do que faz pode ser na incerteza. Ou vive ou morre. Ausência no jogo decisivo contra o Corinthians nas semifinais do Paulistão cabe no seu calvário. Se estava bem domingo de carnaval na Sapucaí no Rio, teria todas condições de jogar no domingo seguinte em Itaquera. Simples assim. Nada disso. O futebol é mais sério do que se pensa. Um pequeno desalinho dos músculos pode decidir um campeonato. E no samba, não há remelexo de pernas que se sustente com músculos esgarçados. Neymar comete pecado de ir ao Carnaval quando o Santos mais necessitava de seu desfile na passarela do Corinthians.
Diz o Santos que Neymar sentiu um desconforto no treino de quinta-feira (06/3), três dias após a pajelança na Sapucaí. Desconforto com origem na partida contra Bragantino, sábado (01/3) de carnaval. Craque ainda passaria por novos testes antes de receber o não definitivo de sua presença no jogo contra o Corinthians.
A única coisa que foi pensada é que ‘o jogador tem um desconforto, se tem um desconforto não vou arriscar o jogador no Santos’. Não penso na Seleção Brasileira. Quando um jogador tem um desconforto e pode estar associado a algum risco de lesão, não vou arriscar nesse sentido” – Pedro Caixinha, técnico do Santos após derrota (2 a 1) na casa corintiana.
Caixinha rebatia dessa forma a insinuação de que Neymar não jogou contra o Corinthians para chegar inteiro na Seleção Brasileira nos jogos contra Colômbia e Argentina, dias 20 e 25/3.
O Santos pagaria a conta no caso de poupar Neymar a serviço da Seleção. Nem o mais fanático torcedor santista imaginaria essa hipótese, diria desfaçatez, com a história do clube.
Neymar não jogou porque poderia sofrer lesão mais grave e comprometer o time santista com ausência prolongada de um mês, no mínimo.
Santos e Neymar optaram por preservar os músculos e ter o craque na sua plenitude a partir do início do Brasileirão, dia 27 de março.
Bom lembrar que o contrato de Neymar com o Santos se encerra em julho. Restam quatro meses. Se ele ficar fora de combate por pelo menos um mês, Santos sofreria enorme prejuízo técnico e financeiro.
Seja qual for a explicação, Neymar deveria se esconder no retiro dos equipamentos da sala de fisiologia. E não nos camarotes do sambódromo.
Não fez nada disso e deixa ao torcedor santista uma enorme indignação e constrangimento.
Nessa história, quem sai com os lucros é o Corinthians. Sem Neymar do outro lado, vence por 2 a 1 e se credencia à final do Paulistão depois de cinco anos ausente.
Quanto a Neymar, não há meio-termo. Neymar sabe que é um “cabra marcado para morrer” no futebol.
Agora cabe uma pergunta: que diabos é esse tal “desconforto” na coxa?






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