Luiz Antônio Prósperi – 4 julho (14h24) –

Estevão vai ser outro jogador após Palmeiras x Chelsea nesta noite de 4 de julho de 2025 no estádio Lincoln Financial Field, Filadélfia. É como se fosse uma viagem de volta ao futuro. E numa galáxia muito, muito distante de seu mundo. Um sonho de verão na tórrida Costa Leste dos Estados Unidos. Vai vestir verde e depois vestir azul. Do lado Palmeiras, a torcida é por não ser a última dança do menino prodígio em terras americanas. Do lado Chelsea, que este seja o último baile do endiabrado garoto no Mundial de Clubes.

Entre esses dois mundos, Estevão é cobrado a jogar o jogo de sua vida. Como se possível fosse obrigar um menino de 18 anos a encarar essa partida de futebol o marco de uma carreira que se projeta longa e, bem provável, de muitas glórias.

“É normal”, antecipa Abel Ferreira, o técnico que abriu as cortinas para Estevão entrar no palco. “O que nos distingue dos animais? Sentimentos e emoções. É normal ficar nervoso, normal para um garoto ter um sonho. Ele é tão puro e tão jovem. Ter 18 anos e dizer o que sente é normal, mas grande parte (da imprensa e torcida) o massacrou. É isso que se faz com os jogadores. É isso que vende, o sangue. Você ganha dinheiro de um jeito e nós ganhamos dinheiro de outro”.

A sentença de Abel vem logo em seguida a um desabafo de Estevão, após o Palmeiras sugar a alma no empate (2 a 2) com o Inter ‘Messi’ Miami, semana passada na Flórida.

O que Estevão disse?

“É um sonho que vou realizar, mas sabendo que tenho que me concentrar aqui, que tenho que trabalhar, não é fácil. Quanto mais perto fica (ida ao Chelsea), mais a ansiedade aumenta. Estou tentando me concentrar o máximo possível e sair bem (do Palmeiras), pela porta da frente, sabendo que dei o meu melhor pelo Palmeiras.”

Se muita gente no Brasil – incluindo mídia, redes sociais e parte da torcida – bate forte em Estevão por essa declaração, lá fora o olhar é outro.

“Numa era em que jogadores são treinados pela mídia para murmurar frases de efeito tediosas e pouco reveladoras, este foi um exemplo raro e bem-vindo de um jogador de alto nível se mostrando vulnerável e falando o que pensa. Sem surpresa, porém, em outro sinal dos tempos, ele foi criticado por admitir que sua mente poderia estar em outro lugar, o que forçou o técnico do Palmeiras a sair em sua defesa”, escreve Tom Sanderson, repórter do jornal The Guardian, de Londres.

Agora, esqueça tudo isso.

Estevão não vai jogar nesta noite como se fosse a prova final do vestibular em busca de vaga na universidade do futebol internacional.

Se prevalecer o instinto, estará leve como nos tempos em que era conhecido por Messinho nos times infantis do Cruzeiro.

Se for determinante o tal profissionalismo, pobre Chelsea. A previsão é de fuzarca do garoto.

Quem gosta de futebol a hora é de se divertir, desfrutar do jogo do moleque.

Aliás, parece que Estevão está pronto mesmo a ser outro jogador quando o árbitro colocar um ponto final no Palmeiras x Chelsea.

Ele não deve levar em conta que o valor de mercado do Chelsea alcança R$ 7,4 bilhões e o Palmeiras, R$ 1,6 bilhão.

Muito menos se ater aos R$ 218 milhões que o Chelsea pagou ao Palmeiras em 2024 para levar embora o adolescente então com 17 anos.

Estevão está pronto para virar outro jogador porque, acima de tudo, gosta de jogar bola. Tão simples como seu sorriso.

Estevão – foto: Palmeiras oficial

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