Luiz Antônio Prósperi – 13 julho (12h35) –
“Talvez nunca antes uma decisão de Johan Cruyff, já devastadora para a época (anos 1970), tenha tido tanta importância. “Não há sistema que resista ao drible”, disse o treinador holandês, que baseou parte de suas transgressões na tentativa de simplificar os aspectos mais complexos do jogo”. É assim que Ladislao J. Moñino, colunista do jornal El País da Espanha, abre seu artigo a respeito das valências e da grande virtude do atual PSG do técnico Luis Enrique. A tese cabe, e muito, no que acompanhamos do PSG em campo neste Mundial que se encerra hoje (13/7) nos EUA. O drible é o mantra.
Veja o ataque avassalador do time de Luis Enrique.
Doué na ponta-direita arrasa quarteirões defensivos na velocidade de seus dribles.
Preste atenção no georgiano Kvarastkelia na ponta-esquerda a entortar marcadores como quem brinca de bola com uma criança no parque.
E Dembelé? Desconcertante, arisco como um camundongo fugindo do gato.
Três atacantes com alma impregnada pelo drible. Sempre verticais, sempre em busca do gol.
Vamos aos laterais de Luis Enrique.
O marroquino Hakimi na direita avança por fora e por dentro. Dribla com a clareza de um atacante quando exigido nas ações ofensivas. Muitas vezes vira centroavante.
Do outro lado, o português Nuno Mendes é outro a se imiscuir no ataque como um foguete. Se precisar deitar os marcadores com dribles curtos, também faz sem a menor cerimônia.
E os volantes João Neves e Vitinha. Esses dois também sabem driblar, mas, antes de tudo, gostam da bola. Tratam a redonda com tanto carinho que despertam ciúmes nos adversários. São condutores da esperança. Destroem as coisas belas dos inimigos e constroem castelos ao PSG.
Por fim, chegamos a Fabian Ruiz. Talvez o mais rústico dos homens de Luis Enrique. Se a destreza do drible não cabe no seu repertório, os chutes a gol (a tal das finalizações) é de uma precisão absurda. Fabian não tem medo do gol, não tem pavor da grande área nem se intimida quando tem de romper a linha de marcação adversária.
A soma geral de todas essas qualidades transformam o PSG em um time individualista e coletivo ao mesmo tempo, para desespero dos rivais. Pratica o futebol total tão idealizado pela maioria dos grandes treinadores e tão difícil de ser executado.
E quando as coisas apertam, esse PSG recorre ao mantra de Johan Cruyff: “Não há sistema que resista ao drible”.
Por isso mesmo entendo que o PSG deveria ser o campeão do primeiro Mundial de Clubes criado pela Fifa no modelo de uma Copa do Mundo de seleções.
Seria a coroação de um modelo alegre e eficiente de se jogar futebol. Quem sabe uma tendência a ser estabelecida no jogo de bola daqui para frente.
PSG campeão hoje. O futebol suplica por essa dádiva.





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