⊕ Gramados entupidos de areia, técnico demitido, arbitragens de baixa qualidade e gols espetaculares
⊕ Crise interna de técnico x ídolo, chilique de estrangeiro, treinador dando graças a Deus depois de derrota
Luiz Antônio Prósperi – 14 julho (18h10)
Brasileirão 2025 não muda absolutamente nada depois de 30 dias paralisado por causa do Mundial de Clubes. Mazelas de sempre espalhadas nos oito jogos da 13.ª rodada no fim de semana (12 e 13/7). Arbitragens ruins e contestadas, campos de areia, jogos de nível razoável, clubes reféns de crises internas e treinador degolado. Saudades? De volta ao futuro, por assim dizer.
Caso Filipe Luis e Pedro
Começamos com o Flamengo. Ao som de 67 mil torcedores no Maracanã, enquadra o São Paulo sem piedade. Vence por 2 a 0 – poderia ter sido de 4. E ao final do jogo o empertigado Filipe Luis reduz Pedro, o centroavante, a pó.
“Irresponsável, lamentável, beirou ao ridículo”, acusa o técnico do Flamengo a um de seus principais jogadores. “Deboche”.
Pedro espera um dia e responde por meio de comunicado na rede social. Diz que se sente desvalorizado por ter sido colocado à venda em conversa vazada entre gente graúda no Flamengo e o jornalista Mauro Cezar.
“A explicação (do Filipe Luis) foi acima do tom e desrespeitosa”, rebate Pedro.
Filipe Luis erra de forma grosseira. Novato na profissão, pensa que está acima de tudo e expõe seu jogador como se fosse um rato. Ridículo.
Direção do Flamengo se cala. Crise interna também se faz no Flamengo.

São Paulo à deriva
Enquanto o Flamengo se corrói por dentro na crise Filipe Luis e Pedro, o derrotado São Paulo dá um largo passo rumo ao rebaixamento.
“Ainda bem que não vamos enfrentar mais o Flamengo no Maracanã nos próximos dias”, anuncia Hernán Crespo na sua estreia no comando do São Paulo.
Crespo diminui seu time e seus jogadores ao pedir clemência e agradecer aos Céus por não ter de enfrentar o Flamengo em breve. Isso depois de passar mais de 20 dias treinando o Tricolor enquanto corria o Mundial de Clubes.
Tenha a santa paciência.
Corinthians cai em casa
Atolado até o pescoço com a crise de governança do clube, Corinthians não sai do lugar. Sofre derrota no último minuto para o Bragantino. Assiste ao péssimo comportamento do holandês Memphis Depay na busca por cartão amarelo que o tira do jogo contra o Ceará em Fortaleza na próxima rodada.
Dorival Junior, assim como discursava na Seleção Brasileira, diz que viu evolução do Corinthians após os 30 dias de paralisação do Brasileirão. Corinthians vem de quarto derrotas.
Conta outra.

Gramado ou Areal
Quem não se lembrava dos gramados ruins a serviço do Brasileirão teve uma mostra nos jogos Vasco 0 a 2 Botafogo no Mané Garrincha em Brasília e Ceará 1 a 0 Fortaleza na Arena Castelão.
A cada chute mais rude raspando a grama (?) subia um monte de areia nos dois campos. Em certos momentos lembrava futebol de areia, de praia. De doer.
No clássico Vasco e Botafogo, o italiano Davide Ancelotti, o filho do homem, estreia no comando do time botafoguense. Nesta segunda-feira (14/7), Ancelotti Filho falando em português é apresentado aos torcedores do Bota.

Cruzeiro na mesma toada
Sem um pingo de respeito, Cruzeiro amassa o Grêmio no Mineirão – também de gramado sofrível – e vence por 4 a 1, com três gols do artilheiro Kaio Jorge. No mesmo tom de quando o Brasileirão parou e o time estrelado havia vencido Flamengo e Palmeiras.
Quanto ao Grêmio, Mano Menezes sabe que a plataforma do rebaixamento à Série B está montadinha. Basta soltar o corpo.

Luta de Super-Heróis
Incrível Hulk faz um golaço olímpico na derrota (2 a 1) do Atlético-MG para o Bahia com seus jogadores vestidos de Super-Homem. Bruno Tabata engata gol espetacular no último minuto e o Internacional vence o Vitória. Juba autor de gol supersônico do Bahia no Galo. Gols que ilustram o Brasileirão com um pouco do que temos de melhor no momento.

Arbitragem de sempre
Árbitros e CBF têm 30 dias de campeonato parado para se aprimorar. Árbitros passam imersos em treinamentos e estudos por uma semana por conta da CBF. Brasileirão volta e tudo não sai do lugar. Erros, intervenção do VAR a todo instante. Jogadores peitando e xingando comissariado do apito os 90 minutos. Normal.
Pênalti de Cacá do Corinthians em Vinicinho do Bragantino não foi dado pelo árbitro de campo. VAR insiste tanto na revisão e o pênalti é confirmado. Lastimável.
Cai mais um técnico
Juan Pablo Vojvoda não é mais técnico do Fortaleza. Demitido após quatro anos de comando no clube. A gota d’água: a derrota por 1 a 0 no Clássico Rei contra o Ceará.
Vojvoda andava insatisfeito com o comportamento dos jogadores e montagem do elenco.
“Entendemos que era hora de mudar de ciclo depois de quatro anos de conquistas”, anuncia Marcelo Paz, CEO do Fortaleza.
Cinco títulos em quatro anos – 330 jogos, 145 vitórias, 77 empates e 88 derrotas –, bye bye Vojvoda.
Vojvoda deixa Fortaleza classificado às oitavas de final da Libertadores e na zona de rebaixamento do Brasileirão.
Novidade um técnico cair na metade da temporada do futebol brasileiro?
Não, de jeito nenhum.
Bem-vindos à terra batida, ao chão duro do Brasileirão 2025.
Mundial de Clubes parece agora uma miragem.





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