Luiz Antônio Prósperi – 21 junho (10h05) –

Mundial de Clubes inventado pela Fifa no modelo da Copa do Mundo avança rumo à terceira rodada da fase de grupos. Aventura de 32 times representantes de todos os continentes do planeta toma conta das cidades-sede abrasadas no verão dos EUA. Babel de torcedores como numa gincana de cidade contra cidade. E um tira-teima ridículo, alimentado por uma mídia rala, entre clubes brasileiros desafiando potências europeias. Como se o futebol se restringisse ao embate do Velho Continente contra os colonizados da América do Sul.

Sim, temos tudo isso. Temos mais que isso. A rara oportunidade de ver um Espérance da Tunís desafiando Los Angeles. Ou Buenos Aires contra Saitama do Japão no jogo Boca x Urawa Red. Quem imaginava Seattle do Nirvana contra Rio da Bossa Nova na partida Seattle x Botafogo? Madri do Real contra Riad (Arábia Saudita) do Al Hilal. Paris (PSG) x Rio (Botafogo)…

Culturas diferentes, modelos de futebol díspares, torcidas de identidade própria, jogadores de todos estilos e classe. Muitos habitués de suas seleções nacionais. Representantes da elite da elite do universo do futebol. Multi-cultura da bola à disposição dos fãs do esporte mais popular do mundo. Deslocamentos impensáveis, verdadeiras caravanas, algumas atravessando o Atlântico, outras o Pacífico rumo à pátria de Donald Trump.

Aí entramos nas terras dos cowboys.

Estádios gigantescos. Alertas climáticos a paralisar jogos por até 1h ou mais. Calorão absurdo em partidas entre o meio-dia e sete da noite. Arenas cheias de lugares vazios. Ingressos estratosféricos no início do Mundial reduzidos a preços mais populares por medo da Fifa e desejo de atrair multidões aos jogos. A saúde dos jogadores comprometida pelo calor pavoroso.

Festas na Time Square, Nashville, Miami, Filadelfia, New Jersey, Los Angeles, Seattle, cenários de cinema. E a bola absoluta no controle das multidões.

O Mundial da Fifa pegou. Para júbilo de Gianni Infantino, grã-cartola da Fifa e pai desta Copa do Mundo de Clubes. Capaz de arrecadar R$ 5,5 bilhões só de prêmios aos clubes. Ser financiado por fundos árabes. Bajular Trump. Reunir lendas do futebol nas tribunas com homenagens e tudo pago pela Fifa por estadias nos EUA.

Sim, temos sim um bom embate entre europeus e brasileiros. Donos da coleira a guiar os vira-latas, a se divertir com o abanar das caudinhas. Acontece que os vira-latas resolveram latir. Alarido no futebol.

E um recado:

Mundial vai além da discussão hierárquica do futebol. Europeus, mais por imposição da grana, sustentam a dinastia. Sul-Americanos e o resto do mundo querem mais. Embalam as caravanas na travessia dos EUA. Esperam chegar a Nova York, dia 13 de julho, e fincar seus escudos estabelecendo uma nova ordem do futebol.


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