Luiz Antônio Prósperi – 21 julho (20h40)
O gol resolve todos problemas do futebol, define impérios e crava o punhal nos que se acham acima do poder transformador da bola na rede. Quem tem alguma dúvida é só prestar atenção no que aconteceu nesta 15.ª rodada do Brasileirão, entre sábado (19/7) e domingo (2o/7) tão frios no inverno do país tropical.
Vamos aos gols de São Paulo 2 a 0 Corinthians no Morumbi. Luciano, arrogância braçal a serviço do Tricolor, faz os dois, eleva seu time ao céu no clássico e obriga rival a mergulhar na crise. Corinthians esfarela. Sofre com a carestia de Memphis Depay, o holandês que não carimba o gol em clássicos paulistas de alta rivalidade. Dois gols de Luciano a aumentar o fogo na panela de pressão com a cabeça de Dorival Junior.
Flamengo 1 a 0 Fluminense. Jogo ruim entre dois ícones do futebol carioca e, por extensão, nacional. Pedro, o excomungado nos últimos dias, entra no jogo como a última opção do empertigado Filipe Luis no segundo tempo. E, pimba! Faz o gol da vitória. Tapa de seda de Pedro na face de Filipe Luis e do diretor não identificado do Flamengo que deitaram falação a respeito da dedicação do atacante. Pedro tem o poder do gol. E o gol aprova. “Jesus é suficiente”, diz a camiseta de Pedro.
Palmeiras 3 a 2 Atlético-MG. Era quase um tudo ou nada de Vitor Roque, aos 20 anos quase crucificado. Em campo, em vez de Tigrinho de seu apelido, um leão faminto. Caça tanto a bola para mandar às profundezas das redes até conseguir em um toque errado e desvio do zagueiro atleticano. Gol dele? Não importa. Gol. Ao sair mais tarde da partida, recebe aplausos de pé da massa verde. Três gols a apressar a renovação do contrato de Abel Ferreira com o Palmeiras.
E o que dizer de Hulk nesse mesmo jogo. Dois gols de falta, um absurdo a precisão e força. Não fossem os gols de Hulk e o Atlético sairia do Allianz Parque escorraçado, amassado e empacotado pelo Palmeiras. Dois gols de Hulk, a redenção.
Os 4 a 0 do Cruzeiro no pobre coitado Juventude. Até Gabigol, reserva no time das cinco estrelas, balança a rede. Gols a granel a avisar a concorrência: Olha aí, o Cruzeiro está aqui.
Neymar também vive a sofrência no contundente Mirassol 3 a 0 Santos no interior paulista. Quem diria. A sova de três gols nas costas faz Neymar perder o prumo e até bater-boca com torcedores locais nas arquibancadas tirando onda com o craque universal. Três gols.
Vasco 1 a 1 Grêmio. Time da Cruz de Malta reinava no São Januário até o minuto final. Nunca uma vitória seria redentora como essa ao Vasco depois da sabuja derrota de 4 a 0 para o Independiente Del Valle no meio da semana no Equador. Quatro gols no lombo. Acontece que o Grêmio empata segundos antes de o juiz encerrar o jogo. Golzinho maldito aos vascaínos e refrescante aos grevistas.
Sport 0 a 1 Botafogo. Gol de Cuiabano no último minuto do jogo. Já imaginou se o poderoso Botafogo voltasse do Recife com empate sem gols contra o lanterna dos lanternas do Brasileirão?
Fortaleza 1 a 1 Bahia. Não sei quantas bolas explodiram nas traves. Elas foram muitas nesse clássico nordestino. No fim, um gol para cada lado e estamos conversados.
Internacional 1 a 0 Ceará. Quem estabelece a hierarquia é Alan Patrick, craque do Inter e salvador. Seu gol solitário diz tudo.
Vitória 1 a 0 Bragantino. Time baiano estava lá embaixo na tabela. Nos últimos três jogos, volta a respirar e infla o pulmão com golaço de Renato Kayzer, logo aos oito minutos diante do respeitado Bragantino. Kayzer, que não se perca pelo nome.
Anotaram aí? Foram 22 gols em dez jogos na 15.ª rodada do Brasileirão. Parece pouco, é verdade. Mas 22 gols repletos de histórias e de muito poder a encaminhar dias de glória e também a empurrar muita gente ao abismo.





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