
O Corinthians vai decidir as semifinais e uma eventual final do Campeonato Paulista no Itaquerão. Conseguiu essa vantagem ao atropelar, sem a menor dificuldade, o modesto Red Bull por 4 a 0 nesta tarde de sábado na sua casa. A vitória levou o time de Tite aos 38 pontos – seis a mais que o Santos (antes de enfrentar o São Bento), dono da segunda campanha do Paulistão.
Apontar o Corinthians como favorito ao título é uma barbada. Os números estão aí para quem tem alguma dúvida. Mas, se fosse procurar algo a perturbar a vida do time, o péssimo desempenho nos jogos de mata-mata no Itaquerão poderia gerar alguma desconfiança.
Sob o comando do Tite, a equipe caiu na Copa Libertadores de 2015 contra o Guaraní do Paraguai pelas oitavas de final. Saiu das semifinais do Paulistão do ano passado eliminado pelo Palmeiras e se despediu da Copa do Brasil, também nas oitavas, com a derrota para o Santos.

Esses resultados e as circunstâncias podem apontar um desequilíbrio do Corinthians nos jogos decisivos na sua nova casa. Cabe a Tite provar que foram coincidências e não falta de sintonia do time.
Se o torcedor corintiano mais entusiasmado tomar por base o jogo contra o Red Bull neste sábado, pode se iludir. O time de Campinas, aclamado como uma boa novidade e dono de um futebol de respeito, se mostrou frágil, sem repertório. Presa fácil
No primeiro tempo, o Corinthians teve pouco trabalho para construir a vantagem de dois gols. Atacou pouco e sobreviveu de investidas de Fagner, combinando com Elias, mesmo sem tanta intensidade. Parecia seguro de que poderia resolver o jogo quando bem entendesse.
Nem havia muita preocupação com o Red Bull, até porque o time do interior propôs um jogo franco. Buscou a marcação alta sem muita convicção. E deixou claro que o sistema defensivo não era assim um primor. Querendo ser grande, se viu preso ao seu limite.
Diante de um adversário ambicioso sem condições de ser, o Corinthians achou um gol, aos 16 minutos, na cobrança de escanteio muito bem aproveitado por Giovanni Augusto. Fechou a conta do primeiro tempo, com um gol sem querer de André, após boa trama de Fágner e Elias no setor direito – o mais arejado do time -, aos 39.

No segundo tempo, a responsabilidade de mudar o curso do rio era do Red Bull. Tinha de lutar pelo menos por um empate para decidir a sorte na cobrança de pênaltis. Não conseguiu, se rendeu à sua mediocridade.
Com 12 minutos, o Corinthians já havia feito 3 a 0 – Alan Mineiro, em mais uma pixotada do zagueiro Drausio, um dos mais fracos jogadores do Red Bull. Lucca liquidou a fatura, aos 23, estabelecendo os 4 a 0 em uma jogada que parecia de treino, tamanha a facilidade na troca de passes até chegar ao chute fatal.
A goleada é uma demonstração de força do time de Tite. Não se pode, porém, dizer que é determinante para ser campeão.