
Pep Guardiola está no meio de uma tormenta. Precisa conquistar a Champions League com o Bayern de Munique para que se valorizem ainda mais o futebol bem jogado, sem belicismo dos que gostam de times como o Atlético de Madrid.
Não vai ser fácil. No jogo de ida, contra o Atleti de Diego Simeone, o Bayern sofreu, mas voltou para Alemanha, nesta quarta-feira, com uma derrota mínima, que pode ser revertida nesta semifinal da Champions.
No primeiro tempo, o Atlético sufocou. Se impôs e estendeu seu latifúndio até a grande área de Neuer. E fincou a bandeira da vitória parcial com o gol, gol não, um golaço magnífico de Saul, de 21 anos.
Mesmo com mais posse de bola nos 45 minutos – 68% a 32% -, o Bayern pouco incomodou o goleiro Oblak. A estratégia de Guardiola, sem um zagueiro de ofício para dar velocidade na saída de bola com Alaba e os volantes Vidal e Tiago Alcantara, não intimidou o Atleti.
Em nenhum momento o time de Simeone se abalou. Sempre fiel à entrega na marcação, na obediência tática sem limite e ao pulso do treinador.
No segundo tempo, Guardiola reinventou o Bayern. Avançou as peças no tabuleiro, inverteu posições, tomou conta do campo inimigo, mas não conseguiu o gol redentor.
Em alguns momentos franqueou seu território aos contra-ataques. Levou um susto em solo de Fetmando Torres, que carimbou a trave de Neuer. E conseguiu levar perigo em chutes longos com Vidal e Alaba.
A tarefa de Guardiola não seria mesmo fácil. Não se ganha jogos sem quase morrer na casa de um adversário aguerrido, daqueles que não cedem um milímetro do seu campo sem guerrear.

Como Gardiola é um enxadrista e Simeone um panzer, venceu quem sabe melhor caminhar pelas trincheiras contra quem prefere o diálogo com a bola.
No jogo de volta, em Munique, o Bayern de Guardiola tem de vencer por dois gols a mais e o Atleti de Simeone vai à final até com o empate.
Na sua despedida do Bayern, Guardiola espera entregar a taça da Champions ao clube alemão, onde não se sentiu tão bem como no Barcelona. Seria uma bênção ao futebol.