
Quando o jogo com o Betis começou, o Barcelona, com 82 pontos, ocupava a terceira colocação do Campeonato Espanhol, a duas rodadas do encerramento da temporada. O Atlético era o líder (85 pontos), ao derrotar a Real Sociedad por 1 a 0 (gol de Griezmann) e o Real Madrid, o segundo (84), com a vitória magrinha por 1 a 0 (gol de Bale) no Rayo Vallecano.
O Barça precisava correr atrás dos pontos em busca da liderança perdida. Eliminado da Champions restava ao time de Luis Henrique lutar pelo título do Espanhol. Enquanto isso, seus adversários de Madri ainda sonham em conquistar a Europa – os dois estão na semifinais e jogam na próxima semana contra Manchester City e Bayern.
Esse Barcelona, porém, não dá muita importância aos pontos. Seu negócio preferido é o gol, como diz a imprensa espanhola. Nas últimas duas rodadas, o time de Messi havia feito absurdos 14 gols (8 a 0 no La Coruña e 6 a 0 no Gijón). Nessa conta, só Suárez cravou 8 gols nos dois jogos.
Diante o modesto Bétis, mesmo fora de casa, a máquina goleadora mortífera teria de ser acionada. Aguerrido e empurrado por sua torcida, o adversário bateu pesado no primeiro tempo e teve um zagueiro expulso. O caminho da goleada parecia aberto, mas era preciso mais luz ao trio MSN.
Nem Messi, Suárez e Neymar, quem quebrou o muro foi Raktic no comecinho do segundo tempo com gol fácil em falha do goleiro e passe de Messi. E o que se viu depois foi uma sucessão de erros dos barcelonistas na cara do goleiro do Bétis. Apetite por mais gols não faltava, o problema nem era uma vitória elástica, com folga no placar. Estava em jogo ao Barcelona os três pontos, única condição para devolver o time à liderança do Espanhol.

Aí apareceu o talento de Messi e Suárez, o letal. O melhor do mundo cozinhou a bola na zona de criação e clamou pela infiltração de Suárez entre os zagueiros. O uruguaio se meteu na grande área. Então a bola partiu dos pés de Messi na medida para Suárez fazer 2 a 0 e consolidar a vitória contra um adversário, que passou os 90 minutos se defendendo no limite da sua grande área.
Com este gol de Suárez, a pouco menos de 10 minutos do fim do jogo, o Barcelona restabelecia assim a hierarquia na competição doméstica, agora com 85 pontos. Dessa vez, sem a avalanche goleadora e em mais uma jornada apenas regular de Neymar.
Enquanto Messi deu os passes para os dois gols do Barça, Suárez fez um, Neymar, que havia ensaiado uma bela atuação no primeiros 20 minutos de jogo, foi apagando, apagando, até se tornar mais um coadjuvante de luxo.
Neymar não tem brilhado como antes e, após o Campeonato Espanhol, só vai reaparecer na Olimpíada do Rio, em agosto, uma vez que não entrou na pré-lista do Dunga na Copa América Centenário, em junho, nos Estados Unidos.