
Aos 74 anos, Muhammad Ali morreu nesta sexta-feira em Phoenix, nos Estados Unidos, derrotado pelo mal de Parkinson, doença que enfrentou por mais de 30 anos.
Quando uma lenda se apaga, nós jornalistas, corremos atrás de um título diferente do lugar-comum para retratar a grandeza do personagem que desapareceu.
Na minha memória vem o título dado pelo jornalista Guilherme Cunha Pinto, conhecido como Jovem Gui, quando Pablo Picasso morreu. Meu chefe no Jornal da Tarde e Estadão, no início da década de 1990, Jovem Gui era um mestre do texto.
“Picasso morreu, se é que Picasso morre”. Este foi o título que ele deu para a morte do artista espanhol.
Essa manchete também seria a moldura perfeita para retratar o desaparecimento do maior pugilista de todos os tempos.
“Muhammad Ali morreu, se é que Muhammad Ali morre”.
Como não sou um especialista do boxe, mas um apaixonado pelo esporte, tenho lembranças e leituras do quanto a obra de Ali, o Cassius Clay, é marcante. Suas vitórias nos ringues se confundem com sua personalidade ímpar a por na parede o establishment norte-americano nos anos de 1960 e 1970.
PENSAMENTO DE ALI
“Voe como uma borboleta e ferroe como uma abelha”
“Campeões não são feitos em academias. Campeões são feitos de algo que eles têm profundamente dentro de si — um desejo, um sonho, uma visão.”
“Eu odiava cada minuto dos treinos, mas dizia para mim mesmo: Não desista! Sofra agora e viva o resto de sua vida como um campeão.”
“Quando se é tão grande como eu, é difícil ser humilde.”
“Boxe é um monte de brancos vendo como um negro vence outro negro”
Aos que têm curiosidade para saber quem foi este boxeador, uma lenda imortal do esporte, recomendo dois livros editados no Brasil:
“Muhammad Ali, o Rei do Mundo”, de David Remnick (Companhia da Letras), um dos mais completos repórteres americanos. Este livro é um perfil extraordinário de Ali.
“A Luta”, de Norman Mailer (Companhia das Letras), um dos escritores e jornalistas do primeiro time dos Estados Unidos, que narra o histórico combate entre Ali e George Foreman, em 1969, no Congo. Uma grande reportagem.
Aos que vivem dando um Google em busca de referências sobre Ali, recomendo a leitura de textos do meu amigo e velho companheiro de redação, Wilson Baldini Jr, que conhece boxe como ninguém.
IMAGENS DO CAMPEÃO