Fiel aumenta sua preocupação com futuro do Corinthians. Se andava desconfiada no fim da temporada passada, com o baixo rendimento do time e a falta de opções no grupo de jogadores, a situação se agrava neste início de janeiro de 2017. Tudo porque os investimentos em reforços têm sido uma decepção. O anúncio da contratação do volante Paulo Roberto, de 29 anos, reserva do Sport Recife, soou como uma provocação dos dirigentes aos torcedores.
Ao chegar sem custos ao clube, Paulo Roberto faz parte do lote de reforços que têm apenas os atacantes Jô e o turco Kazin (R$ 1,2 milhão pago ao Coritiba) e o meia Luigi – não entram aí os 14 garotos promovidos da base.
A próxima tacada é o goleador Willian Pottker, de 23 anos, um dos artilheiros do Brasileirão de 2016. O Corinthians já ofereceu R$ 7 milhões ao clube de Campinas por 50% dos direitos do atacante. Seria uma boia de salvação dos dirigentes diante da fúria de sua torcida.
Mesmo se fechar com Pottker, o clima de insatisfação não deve mudar nos próximos dias. Desde a saída de Tite, no fim de julho de 2016, e os seguidos desmanches do time, sobra indignação na Fiel. Incertezas crescem a cada semana. E vira desespero ao ver o investimento dos rivais, como Palmeiras, São Paulo e Santos, na busca por reforços.
Sem caixa, dizem nos bastidores do clube, não há como se produzir milagres.
Por enquanto, a estratégia é encorpar a linha de frente com Jô, Kazin e Pottker e aguentar o tranco lá atrás. A expectativa é de que o novato Fabio Carille consiga fortalecer o sistema defensivo tendo em mãos a cartilha de Tite e jogar todas as fichas nos três atacantes. E, quando faltar o ar, buscar oxigênio com os garotos da base.
É um risco calculado do comando do Corinthians. Em tempos de crise, sem recursos, é preferível digerir um bom prato feito, o famoso PF, a saborear um faisão.