A pouco mais de dois meses da abertura da Copa das Confederações na Rússia, um atentado no metrô de São Petersburgo sacudiu o país da Copa do Mundo de 2018 nesta segunda-feira (03/4). Até o fim da tarde, o governo russo contava 10 mortes e pelo menos 50 feridos. O ato terrorista, ainda sem confirmação oficial, provocou manifestações de repúdio por parte de chefes de Estado das grandes nações. A Fifa se pronunciou à mídia internacional por e-mail, quase seis horas depois das explosões, dizendo que confia no esquema de segurança da Copa em implantação no país.
De acordo com o comunicado, a entidade responsável pelo Mundial, não teme que o evento possa ser adiado por causa do ato no metrô. A Seleção Brasileira garantiu vaga no Mundial de 2018, mas não se classificou à Copa das Confederações, a ser disputada de 17 de junho e a 4 de julho.
“Com relação às preparações para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, autoridades locais começaram a preparar um planejamento detalhado de segurança, desde que o país foi escolhido como sede (em 2012)”, diz o comunicado de imprensa. “A Fifa e o Comitê Organizador têm total confiança nos arranjos e no conceito de segurança planejados para esses próximos eventos. A Fifa está chocada e triste com os acontecimentos em São Petersburgo”.
São Petersburgo é uma das três sedes da Copa das Confederações, competição que serve de teste ao Mundial de 2018. É a segunda maior cidade da Rússia com cerca de 5,2 milhões de habitantes. Palco também do estádio mais importante da Copa, em fase final de construção na Ilha de Krestovsky, que terá capacidade para 68.134 torcedores.
Agência de notícias Interfax disse que autoridades russas emitiram ordens de detenção contra duas pessoas que estariam envolvidas no atentado. “Estamos buscando duas pessoas como suspeitas de planejar as explosões, uma das quais colocaria o artefato no vagão do metrô e a outra deixaria uma bomba na estação de Ploshad Vosstania”, assegurou o porta-voz do governo russo. Diz ainda a agência que câmeras de vigilância do metrô de São Petersburgo captaram imagens da pessoa que supostamente colocou o artefato que explodiu. A bomba estava dentro de uma maleta que seria deixada no vagão pelo “organizador do ataque”.
Metrô de São Petersburgo transporta cerca de 2 milhões de pessoas por dia. A cidade é uma das mais turísticas da Rússia. Segundo operadores de viagem e logística da Copa do Mundo, vai ser a principal sede a hospedar profissionais da mídia internacional e boa parte das delegações das seleções nacionais que vão disputar o Mundial. E, claro, receber os milhares de torcedores estrangeiros que devem desembarcar no país ano que vem.
A Fifa sempre colocou em suas prioridades na organização das Copas a preocupação com a segurança das delegações de futebol e cobra dos governos locais de países-sede um controle rigoroso. Na Copa de 2014, o governo brasileiro investiu pesado.
“Os recursos visando a segurança do País durante a Copa do Mundo chegaram a R$ 1,9 bilhão, além dos investimentos na preparação de 150 mil agentes das Forças Armadas e de segurança pública. Os números foram confirmados pelo consultor de segurança da Fifa, Andre Pruis. Segundo Andre, os valores são muito maiores dos que os da última edição do evento, na África do Sul, em 2010”, diz nota oficial no Portal Brasil (http://www.brasil.gov.br).
O Brasil não tem histórico de atentados terroristas ligados a movimentos internacionais. Bem diferente da Rússia, que vive em tensão política na fronteira com a Ucrânia e outros países próximos, e tem muitos registros de racismo e violência no futebol. Sem falar na série de problemas do presidente Vladimir Putin com o Ocidente.
O atentado no metrô deve provocar uma série de estudos e revisões no esquema de segurança da Copa de 2018.
O Zenit e ex-jogadores do clube de São Petersburgo têm se solidarizado com a cidade depois do atentado, informa a EFE. Segundo o El País, da Espanha, “o clube da antiga capital czarista publicou uma mensagem de condolências para as vítimas do atentado. Além disso, também se lembraram da cidade russa dois ex-jogadores da equipe, o brasileiro Hulk e o belga Witsel, que agora jogam na China. Ambos escreveram no Instagram que rezam pelos afetados pela tragédia, assim como o técnico português Andre Vilas-Boas, que treinava até a temporada passada o Zenit e classificou de “terrível” a tragédia”.
Veja como a Fifa registra em seu site um breve parecer da nova arena de São Petersburgo:
História
Este novo estádio ultramoderno em São Petersburgo está sendo construído na Ilha de Krestovsky, no local do antigo Estádio Kirov, que no seu tempo era um dos maiores estádios do país, com capacidade para 110 mil espectadores. Encarregado dos planos para a nova arena de esportes é o famoso arquiteto japonês Kisho Kurosawa, vencedor do concurso para a sua construção.
Projeto
O arquiteto do projeto terá a forma de uma nave espacial que aterrou às margens do Golfo da Finlândia. O edifício de sete andares será de 56,6 metros de altura. Tecnologicamente, o estádio será um dos mais modernos do mundo. Graças à sua cobertura retráctil e o seu campo de deslizamento, o recinto pode acomodar todos os tipos de competições e eventos durante o ano: mesmo no inverno, a temperatura interna é mantida constante a 15 graus.
Legado
O estádio sediará Zenit St. Petersburg. No complexo esportivo todos os tipos de eventos serão realizados, de concertos e shows para competições em uma variedade de esportes. Em 2020, o estádio vai acolher três jogos da fase de grupos da Eurocopa 2020 e uma das partidas das quartas da competição.