Corinthians joga um futebol chato de se ver

Dono de 47 pontos, Corinthians fecha primeiro turno sem ninguém no retrovisor. É o rei das estatísticas até aqui. Não se curva dentro e fora de casa. Seu treinador, Fabio Carille, recebe um elogio a cada minuto nas redes sociais e nos intermináveis debates em todos os canais a cabo da televisão. Um assombro. Mas cabe uma crítica.

No sábado, diante de um impotente Sport de Vanderlei Luxemburgo, se impôs sem muito esforço com a categórica vitória por 3 a 1. Um gol no começo do primeiro tempo. Outro nos segundos iniciais da etapa final. E, o terceiro, a dez minutos do encerramento da partida, quando o adversário ainda pensava em reagir. Preciso.

A única ressalva, talvez, se faz necessário: futebol do Corinthians é chato. Diante de 45 mil torcedores na sua arena, um frio de lascar no sábado à noite em São Paulo, passou a maior parte do tempo se defendendo, muitas vezes com cinco em linha protegidos por mais quatro em linha e até com a volta de Jô depois da linha de meio do campo. Pra quê tudo isso?

Líder absoluto do Brasileirão, com enorme distância dos concorrentes, Corinthians joga de uma forma entediante. Carrinhos e suor de Romero têm o mesmo peso, vai lá, de um raro drible de Rodriguinho. Estamos diante de um time pragmático, sem candura e inibido na hora de apresentar seus dotes.

Com exceção da Fiel, está na hora de se cobrar mais ousadia de um time que é um reloginho. Tic-tac, tic-tac, tic-tac… Há quem goste.

(leia análise da 19ª rodada do Brasileirão 2017)