A foto da Copa é do brasileiro Rodrigo Villalba

Polônia 0 x 2 Senegal - 19 de junho, Moscou

Chuteira FC na Copa do Mundo 2018Luiz Antônio Prósperi, de São Petersburgo / Rússia

Rodrigo Villalba, 40 anos, fez a foto da Copa da Rússia. Imagem flagrada na sua lente de 400 mm durante o jogo Senegal 2 x 0 Polônia, dia 19/6, em Moscou, ganhou o mundo. A Fifa se apoderou da foto e não deu crédito ao autor. Só depois da intervenção de uma funcionária brasileira da entidade é que o nome de Rodrigo apareceu. Em menos de uma semana alcançou mais de 650 mil de visualizações apenas no Instagram da Fifa.

O fotógrafo é brasileiro e há 10 anos exerce a profissão no futebol brasileiro e jornalismo. Já levou calote do Guarani ao não receber por um projeto de mídia implantado no clube. Villalba está na Rússia a trabalho pelo site Futebol Interior de Campinas.

Poucas horas antes de o Brasil enfrentar a Costa Rica, em São Petersburgo, Villalba conversou com o Chuteira FC e contou como fez a foto emblemática.

“Eu estava no estádio credenciado para fazer o jogo. Quando as duas seleções (Polônia e Senegal) entraram no campo, fiquei impressionado. Muito contraste. Senegal muito negro, negro. Polônia, branca. Fiquei com essa ideia na cabeça esperando por um momento.”

Villalba conta que não pensou em fazer a imagem com conotação de racismo, de, denúncia.

“Eu segui o que a Fifa prega, confraternização dos povos. Não era o negro e o branco. Não pensei nisso, nessa conotação de racismo. Fiquei esperando por um gesto entre os jogadores.”

Fotógrafo estava atento. De repente cai um senegalês e vem um polonês em socorro para o levantar do gramado. “Jogador de Senegal estendeu o braço e eu fiz a foto. Problema que ele vestia uma segunda pele verde. Pensei, assim não. Braço verde, não dá. ”

Jogo rola ainda no primeiro tempo e Villalba aponta a lente. Mané, o jogador mais famoso de Senegal, cai. Um polonês, o brasileiro naturalizado polonês Thiago Cionek, vem em sua direção, estende o braço e Mané aperta suas mãos como apoio para sair do chão. Pronto. Villalba dispara o botão e já tem a foto.

Um braço negro, outro branco. Um aperto de mãos solidárias, forte, a esmagar o mundo.

Satisfeito com o flagrante, “publiquei no meu Instagram”, disse o fotógrafo. Viralizou de imediato. A foto ganhou o mundo.

Colegas fotógrafos de Rodrigo Villalba se renderam à imagem. Jargão entre eles, fotojornalistas, a todo o momento que encontram autor da imagem histórica nos estádios, disparam: “Rodrigo, você já pode ir embora, voltar para o Brasil. A foto da Copa é sua”.

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