Futebol é um desafio permanente. Muita gente, junta aí imprensa, torcida e cartolas, imagina que tudo se resolve dentro do campo, naquelas linhas fixas pintadas com cal na grama, e enchendo a cabeça do torcedor de ilusão.
Veja por exemplo Corinthians, Santos e Flamengo, caídos na Libertadores nesta última semana de agosto.
É uma grande mentira quem acredita que tudo se decide dentro de campo.
O que acontece na relva verde tem ligação direta com o que se passa nos gabinetes, na montagem dos times, na organização, gestão, no dia a dia e nas propostas de cada um dos clubes diante da empreitada que a competição impõe.
De nada adianta insistir que a prioridade é a Libertadores, depois Copa do Brasil e, por último, Brasileirão, se os organismos internos não se conectam, não se entendem.
Comando do Corinthians destruiu o time e não encorpou a comissão técnica quando Fabio Carille se mandou para Arábia com sua turma. Errou ainda ao efetivar Osmar Loss, um noviciado, para administrar uma crise de identidade. Culpado disso tudo é o presidente Andrés Sanchez, com isonomia da torcida.
Flamengo também paga caro por sustentar o imberbe Mauricio Barbieri, tão experiente como um pintinho saindo da casca do ovo, em uma temporada de desafios enormes como a de 2018 com Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão. Clube carioca erra ao imaginar que o poder da Nação está acima de tudo. Não se ganha com nome. E se vence com gente gabaritada e não com esforçados da estirpe de Barbieri.
E a conta se fecha com o amadorismo do comando do Santos, golpeado por um burocrata na burocracia da Conmebol. O Santos imenso de Pelé se mostrou tão provinciano como uma igreja matriz instalada acima do bem e do mal no lugarejo a domar fiéis com badalar dos sinos seculares.
Para encerrar a conversa, Corinthians, Flamengo e Santos pagaram por não entender como o futebol funciona neste momento de transformação. Medíocres. Falamos de 2018, não da história centenária de cada um deles. História não se discute. Quem erra ao escrever um capítulo será desprezado para sempre na hora de por um ponto final.