Seleção Brasileira recebe Paraguai no danificado gramado da Arena Grêmio com expectativa de repetir a condecorada atuação contra Peru quando se impôs por 5 a 0 restabelecendo a hierarquia na Copa América 2019. Tite não tem dissabores nessa estreia na fase de mata-mata. Seu plano é o mesmo do último jogo, com apenas a troca de Casemiro, suspenso, por Allan, volante do Napoli – Fernandinho seria escalado, mas não está na plenitude física para jogar, informa o treinador. No mais é vencer nos 90 minutos sem necessidade de buscar nos pênaltis a vaga às semifinais e esperar pela definição do adversário entre Argentina x Venezuela.
Brasil x Paraguai, 21h30, quinta-feira, quartas de final Copa América, transmissão Globo e SporTV
Desde acachapante vitória diante dos peruanos, no sábado (22/6) na Arena Corinthians, Tite caminha tranquilo. Aquele punhado de nuvens negras desapareceram de sua cabeça. Reverbera a boa exibição da Seleção com todos setores do time em sintonia. Sem falar do ataque mais alegre com Everton Cebolinha na ponta-esquerda e Gabriel Jesus improvisado na direita e a presença de Firmino, Coutinho, Arthur e Daniel Alves na zona de gol.
Ao escolher Allan na função de Casemiro, Tite disse na entrevista coletiva que o jogador tem atuado de primeiro volante no Napoli do técnico Carlo Ancelotti e Hamsik saindo mais como segundo volante. Detalhe: Hamsik deixou o clube italiano há seis meses para jogar na China.
Allan vai atuar como primeiro volante e Arthur, de segundo. Os dois jogaram dessa forma quando Tite trocou Casemiro por Allan no segundo tempo da goleada contra Peru.
“Fernandinho está fora do jogo. Quem joga é o Allan. Se nós vencermos, se nós nos classificarmos, possivelmente ele vai estar pronto para o jogo. Fernandinho ia jogar em suas condições normais e naturais. Não estava nas suas condições, inclusive contra a República Tcheca jogou Allan e Arthur”, disse Tite.
Nos outros setores dos time, Tite não muda nada. Confirma o trio de ataque com Gabriel Jesus, Firmino e Everton Cebolinha. E alerta para o aspecto emocional do jogo de mata-mata – quem perde, sai.
“Jogo decisivo, margem de acerto tem que ser alta. Características mentais têm que estar fortes, porque são jogos decisivos. Nível de concentração altíssimo. Preparar para diferentes situações. Evolução da equipe, saber absorver. Tem uma série de componentes”.
Concentração lá em cima, mas e se o gol demorar a sair?
“É preciso ter maturidade. São 90 minutos para acabar o jogo, 95 (com acréscimos). Tem que saber que esse é o tempo. Colômbia venceu o Catar com gol no fim. Mas são 95 minutos. Se fizer o gol cedo, tem que reagir da mesma forma”.
E contar com apoio da torcida, mesmo com um jeito diferente de torcer.
“Eu aprendi algumas coisas. O público da Copa América, do Mundial, é muito diferente. É meio disperso. É um cara que compra por internet. Fica muito diluído, dividido. De repente eu olhei e tinha torcida do Peru do meu lado (no jogo de sábado na Arena Corinthians). Eu gostaria de ter o carinho que tive quando eu treinei o Grêmio (2001). Repasso isso aos atletas. Ficaria muito orgulhoso”, pede treinador.
Gramado em foco
Preocupação de Tite, questões táticas de lado e comportamento do torcedor, é a situação do gramado da Arena Grêmio. Pasto, lamaçal, buracos, tufos de gramas revirados, tudo cabe para definir o campo de jogo. Estado crítico da relva fez os organizadores da Copa América a vetarem treinos de Brasil e Paraguai nesta véspera de jogo, como previa protocolo da competição. As duas seleções só vão sentir as condições do palco quando subirem para o aquecimento pré-jogo de no máximo 15 minutos.
Analistas de plantão dizem que este gramado precário favorece ao Paraguai, moldado a se defender a não ser que o técnico Eduardo Berizzo tenha um segredo de estado para surpreender Tite.
Nota oficial da Arena Grêmio a respeito do gramado
A Arena do Grêmio esclarece que as condições do gramado dependem de algumas variáveis. A combinação de duas delas em particular tem retardado a recuperação plena do mesmo.
A primeira e mais importante é relacionado ao clima. A Ryegrass (grama utilizada no inverno) se desenvolve melhor em temperaturas mais baixas, o que não está ocorrendo em Porto Alegre neste período. Aliada ao sombreamento do inverno (metade do campo), as temperaturas estão mais elevadas, retardando o desenvolvimento da mesma e a sua recuperação pós atividades.
A segunda refere-se justamente à frequência do uso do gramado: Pelas características da competição, durante o período de 14 a 23 de junho o gramado foi utilizado em sete ocasiões (três partidas, um treino de reconhecimento e três treinos de aquecimento no pré-jogo). Os treinos exigem muito do gramado e o afetam de forma heterogênea, apresentando mais desgastes em algumas áreas do campo, dependendo das atividades realizadas.
Estas duas variáveis em concomitância tem contribuído para uma recuperação mais lenta do nosso gramado. Estaremos empenhados e realizando os manejos adequados para alcançar as condições necessárias para a pratica do melhor futebol em nossa arena”.