Neymar não é bem-visto na comunidade do futebol europeu. Apenas uma vez se deram o respeito ao craque brasileiro. Quando jogava no Barcelona ao lado de Messi. E olha lá. Por isso não é um absurdo Neymar ficar fora do prêmio “The Best” da Fifa, melhor jogador do mundo na temporada 2019/2020.
Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Robert Lewandowski são os finalistas anunciados pela Fifa nesta sexta-feira (11/12).
Desde que aportou na Europa em 2013, Neymar não se livra da pecha de embromador, aquele que simula faltas, se estatela no cai-cai em sequência, aquele jogador trapaceiro.
A comunidade europeia, parece, não enxerga em Neymar um virtuoso da bola. Não há menor boa vontade com o brasileiro. O que não o exime de culpa. Ele mesmo plantou esse laranjal.
Se o estilo e a personalidade, ou a falta dela, não agradam, pelo menos deveriam valorizar seus dotes. Neymar tem repertório de uma orquestra. Capaz de tocar todos instrumentos em uma única partida.
Nem é questão de estatísticas. Quantos gols marcados, quantas assistências, quantos títulos. Trata-se de um encantador de serpentes. Um ilusionista difícil de ser desmistificado.
Neymar faz o que bem quer com a bola nos pés.
Nesta temporada 2019/2020 deixou isso bem claro nos embates do PSG na França e Champions League. Deveria ser alçado ao panteão dos glorificados.
Se tivesse levantado a “orelhuda”, a taça de campeão da Champions League, certamente estaria entre os três finalistas do prêmio “The Best”. Seria uma classificação na marra, mesmo com a maioria do colégio eleitoral da Fifa torcendo o nariz.
Como o Bayern de Munique derrotou o PSG na final da Champions em agosto em Lisboa, Neymar ficou sem a senha na hora de fazer o login entre os melhores do mundo.
Não por acaso chorou ao ver a taça ser entregue aos jogadores do time alemão. Neymar intuiu naquele momento que dificilmente entraria na lista dos candidatos a “The Best”.
Os europeus tinham ali um álibi para não ungir Neymar ao altar de seus deuses da bola.
E, nesta sexta-feira (11/12), quando viu que seu nome não aparecia entre os três finalistas, restou a Neymar a ironia: “Já que não deu certo, Partiu Basquete”.
Evidente que Neymar não vai deixar o futebol. É um dos mais bem remunerados da Europa.
Diriam os céticos que os europeus, com dinheiro do Catar, pagam uma montanha de milhares de euros a Neymar – um atestado de apreço e valorização ao craque brasileiro.
Não é bem assim.
No custo benefício, só engordam a conta bancária de Neymar porque Neymar também estufa os cofres de dirigentes e empresários. Digamos, toleram o craque.
Nessa toada, mesmo com o agora “adulto Ney” sobrepondo o “menino Ney, será cada vez mais difícil ver Neymar levantando o troféu “The Best” da Fifa.
Azar dos europeus – maioria política no colégio eleitoral da Fifa. Um dia já elegeram o volante Lukas Modric, croata do Real Madrid, melhor jogador do mundo. Faz pouco tempo.