Messi não parece disposto a ver Neymar em recital solo nesta Copa América 2021.
Mesmo constrangido a jogar nos paupérrimos gramados brasileiros, argentino luta em busca da taça. Um prêmio, consolo, por ainda não ter no seu valioso cartel um título de relevância vestindo a camisa da Argentina.
Lionel, segundo dados da Conmebol, é o jogador mais decisivo até aqui – três gols e duas assistências – da Copa.
Números apenas. Importante nesses números é a fome do craque. Mais que excelência técnica, ele parece alegre. Não se vê obrigado a carregar o fardo argentino nas costas e, até por isso, engrandece o time alviceleste.
“A nossa ideia, da comissão técnica, é que nem sempre é o Leo (Messi) quem decide os jogos. Obviamente é o Messi e sempre será a chave. Mas tem que sentir que nem tudo depende dele”, explicam fontes do bunker da seleção argentina ao El País. Lionel Scaloni (técnico da Argentina), em todo o caso, lembra porque o craque não pode faltar: “Leo é quem tem mais sangue, quem mais quer ganhar e quem mais dói por perder”.
Nessa toada, Messi também nem se faz iludir por malabarismos, dribles, como se fosse o centro da luz no palco. Joga e quer jogar. Simples.
Problema é que o simples de Messi não tem nada de simplório. Assombra e encanta. Neymar à espreita.
Messi sabe de cor e salteado que para levar Argentina à glória da América, muito provável, terá Neymar pela frente na batalha final dia 11 de julho no Maracanã.
Companheiros num passado remoto no Barcelona, Messi e Neymar têm este encontro marcado, mesmo ainda sem confirmação oficial. Pode ser que um deles não receba o convite.
Entramos agora nas quartas de final do famigerado torneio e nas curvas do rio até a final um dos dois pode se enroscar em troncos encalhados.
Se chegarem ao dia do encontro sem problemas físicos, se preparem. A terra pode tremer.
Seria também a salvação da Copa “Covid” América. Até aqui, o torneio realizado às pressas no Brasil é um poço fundo cheio de jogos ruins, de baixo nível técnico, gramados esgarçados e poucos destaques. Sombrio.
América do Sul assolada pela Covid, com o Brasil liderando estatísticas macabras, não poderia jogar esta Copa. Por sorte dos organizadores, Neymar e Messi ainda estão inteiros. E o futebol sobrevive.
Confira estatística oficial e tabela da Copa América:
Argentina goleou a Bolívia e o Uruguai superou o Paraguai, definindo os quatro duelos das quartas de final, que começam na próxima sexta-feira (02/7). Restam 8 jogos até se revelar o campeão e a julgar pelos números da competição por enquanto, podemos esperar muita emoção.
Segundo dados do OPTA, em 20 partidas disputadas, já foram marcados 46 gols (21 no primeiro tempo e 25 no segundo, 90% de dentro da área e 10% de fora), média de 2,3 gols por jogo. O craque mais decisivo neste período (para surpresa de nenhum torcedor) foi Lionel Messi.
O camisa 10 argentino é o artilheiro da Copa América 2021, com 3 gols, e um dos líderes em assistências, com 2 (empatado com o brasileiro Neymar). É, portanto, o líder de participações em gols (5).
Entre as seleções, o Brasil de Neymar aparece como a mais efetiva nesta primeira fase. É a equipe com mais gols feitos (10), menos gols sofridos (2) e o melhor saldo de gols (8).
Ainda no assunto bola na rede, o argentino Alejandro Gómez fez o gol mais rápido do torneio até aqui, na vitória contra a Bolívia, com seis minutos do primeiro tempo, e o brasileiro Casemiro fez o gol mais tardio, aos 50 minutos dos segundo tempo, na vitória sobre a Colômbia.
Defesas, faltas, cartões e pênaltis
Mais alguns números interessantes da CONMEBOL Copa América 2021: foram realizadas 121 defesas nos 20 confrontos disputados (média de 6,05 por jogo), com 166 chutes a gol (média de 8,3).
Além de a bola estar rolando solta, a disputa tem sido leal. Cometeram-se 521 faltas (26,05 por partida), resultando em somente 70 cartões amarelos (3,5 por jogo) e apenas dois cartões vermelhos. Os árbitros já apitaram 7 pênaltis, 6 deles convertidos em gol e um defendido.
Jogadores com…
4 jogos inteiros em campo 21
Mais gols Lionel Messi (Argentina) – 3
Mais assistências Lionel Messi (Argentina) e Neymar (Brasil) – 2
Mais chutes a gol Lionel Messi (Argentina) – 12
Mais chances criadas Neymar (Brasil) e Alejandro Romero Gamarra (Paraguai) – 12
Mais dribles completados Lionel Messi (Argentina) – 22
Mais bolas roubadas Yosimar Yotún (Peru) – 38
Mais faltas cometidas Pervis Estupiñan (Equador) – 14
Mais faltas recebidas Neymar (Brasil)- 18
Mais interceptações Alberto Espínola (Paraguai) – 14
Mais defesas Carlos Lampe (Bolívia) – 25
Maior % de defesas Wuilker Faríñez (Venezuela) e Emiliano Martínez (Argentina) – 83,3%
com mais de um jogo disputado
Equipes com…
Maior posse de bola Brasil – 61,7%
Mais chutes a gol Argentina – 28
Porcentagem de chutes a gol Argentina – 51,9%
Porcentagem de conversão em gols Brasil – 17,9%
Minutos por gol mais baixo Brasil – um gol a cada 36 minutos
Mais faltas cometidas Paraguai – 65
Mais faltas recebidas Argentina – 69
Menos cartões recebidos Uruguai – 3 amarelos
Partidas com…
Mais finalizações Paraguai 3 – Bolívia 1 (34)
Mais chutes no gol Argentina 4 – Bolívia 1 (13)
Mais passes certos Argentina 4 – Bolívia 1 (760)
Mais faltas Colômbia 1 – Equador 0 (35)
Mais cartões amarelos Colômbia 1 – Brasil 2 e Colômbia 0 – Venezuela 0 (7)
Mais impedimentos Argentina 1 – Chile 1 (9)
Menor tempo de bola rolando Argentina 1 – Chile 1 (46:06)
Maior tempo de bola rolando Argentina 4 – Bolívia 1 (66:06)
Mas é também a Copa América da Covid.
Confira nota da Conmebol divulgada na segunda semana de junho:
- As estatísticas da Comissão Médica da CONMEBOL e das autoridades sanitárias do Brasil revelam uma alta eficácia dos protocolos sanitários.
- A taxa de casos positivos caiu de 1,7%, no início da competição, para 0,7%, atualmente. A grande maioria dos casos é registrada entre o pessoal de apoio logístico terceirizado.
A Comissão Médica da CONMEBOL divulgou uma tabela comparativa dos testes do coronavírus realizados em três datas da Copa América 2021. Os números refletem uma clara tendência de queda no número de casos positivos, refletindo a alta eficiência dos protocolos sanitários aplicados na competição.
De fato, em 14 de junho, foram coletadas 3.045 amostras, dos quais 53 deram positivo, um número que representa 1,73% do total. Cinco dias depois, em 19 de junho, o número de testes realizados subiu para 15.235, com 140 casos positivos, ou seja, 0,9% do total. No dia 21 deste mês, a soma de todos os testes realizados desde o início do evento havia atingido 22.856, dos quais 166 foram positivos, reduzindo a incidência para 0,7%.
O relatório inclui outro elemento relevante. A grande maioria dos casos positivos corresponde ao pessoal de apoio logístico terceirizado no Brasil que ainda não havia sido vacinado, por razões além do controle da CONMEBOL. Por outro lado, os jogadores constituem uma minoria absoluta no grupo de positivos detectados nos testes. Além disso, muitos desses atletas já foram liberados para futuros encontros do torneio, após cumprirem a rigorosa quarentena imposta pelo Ministério da Saúde do Brasil.
As estatísticas divulgadas pela Comissão Médica da CONMEBOL são compiladas em colaboração com autoridades e funcionários do Ministério da Saúde do Brasil.
Segundo a pasta, foram confirmados 11 novos casos desde segunda-feira. No total, são 52 os casos confirmados.
“Foram realizados 3.045 testes de RT-PCR entre jogadores, membros das delegações e prestadores de serviços. Até o momento, 52 casos de Covid-19 foram confirmados, sendo 33 entre jogadores e membros das delegações e 19 prestadores de serviços contratados para o evento. Os casos de prestadores de serviços foram confirmados em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ). A positividade de casos por Covid-19 foi de 1,70%”, explicou o Ministério da Saúde, por meio de nota oficial.