Palmeiras de Abel Ferreira parece não ter limites. A classificação em cima do Atlético-MG às semifinais da Libertadores 2022 escancara o quanto é infindo o time do técnico português. Das muitas leituras do jogo épico no Allianz Parque, a que leva em conta os protagonistas traduz bem o que representa este Palmeiras.
Confira a história dos principais envolvidos na trama que fez transbordar o estádio em um tsunami de emoções:
Rony – Fora do time há quase um mês, volta e luta com a força dos leões. Anula Arana, também recém-recuperado de lesão, após expulsão de Danilo e leva o lateral do Atlético a receber cartão amarelo. Cuca substitui Arana por Rubens, garoto de 21 anos, com medo de uma possível expulsão do titular. Rony converte o quinto pênalti que sustenta o Palmeiras na decisão e Rubens tem sua cobrança defendida por Weverton.

Murilo – Zagueiro revelado no Cruzeiro, rival histórico do Atlético, sai do primeiro jogo penalizado com um gol contra e absolvido com o gol a favor que abre caminho ao empate do Palmeiras no Mineirão. E, no segundo jogo, se consagra com o pênalti da classificação às semifinais. Destino escrito nas estrelas.

Danilo – Aclamado na primeira partida com atuação de manual e o gol do empate no último minuto do jogo, sai expulso aos 30 minutos do primeiro tempo no Allianz. Seria fácil o vilão no caso de uma derrota do Palmeiras. Ao desfecho final, agradeceu de joelhos o esforço de seus companheiros que correram por ele sem trégua.
Gustavo Scarpa – Responsável direto nos dois gols do empate na partida do Mineirão, sai expulso aos 36 minutos do segundo tempo na partida da volta. Palmeiras perdia seu jogador fundamental na “bola parada” e um dos principais batedores de pênalti. Seria um triste epílogo de sua temporada em que é o condutor do time e ainda disputa vaga na lista de Tite para Copa do Mundo Catar 2022.

Weverton – Eleito pela Conmebol o nome do jogo e sob desconfiança de palmeirenses radicais na defesa de pênaltis, defendeu a cobrança de Rubens no momento decisivo das penalidades. Certeiro.

Rapahel Veiga – Em baixa desde quer voltou de lesão e Covid, abriu a sequência de pênaltis convertendo sua cobrança. Um erro e a pressão seria toda em cima dos companheiros que bateriam em seguida e poderia comprometer o desfecho final das cobranças. No jogo, deixou a função de meia de criação para exercer papel de segundo volante quando seu time perdeu Danilo. E executou bem seu papel.

Abel Ferreira – Decisivo na reorganização do time quando Danilo foi expulso. Não fez nenhuma substituição naquele momento crucial do jogo, apenas mudou de função as principais peças de sua engrenagem. Importante: jogadores cumpriram com rigor os mandamentos do treinador.

“Tinha muita gente (do Atlético) por fora do nosso bloco, tinha sete jogadores por fora. Tu tens que ter gente por dentro, para atacar nossa linha. O Atlético tinha os dois pontas por fora, os dois laterais e os dois zagueiros. Isso foi mais fácil para nós controlarmos” – Abel.
Torcida – Jogou com o time com seu novo cântico a partir da expulsão de Danilo até o júbilo final no pênalti convertido por Murilo.