São Paulo acredita de verdade na volta da soberania. Do resgate dos tempos de fartura até 2008. Não por acaso, do alto das conquistas da Copa do Brasil 2023 e Supercopa 2024, mais Morumbi sempre lotado nos últimos dois anos, dirigentes do clube trocam serenidade por soberba. Sem cerimônia. Sem pudor.
Atos e gestos pós-clássico contra o Palmeiras escancaram o desejo de agirem como torcedores soberanos. Como se estivessem sentados na altura das arquibancadas do majestoso estádio, lado a lado dos comuns.
Então esgoelam arroubos de que “aqui no Morumbi isso (?) não vai mais acontecer”. De que o juiz é quase um ladrão. De que Abel Ferreira é um “português de m…”. E que a porta dos vestiários do árbitro é para ser chutada sim senhor. Xingamentos a toda sorte.
Aplausos nas redes sociais torcedoras e troca de mensagens entre graúdos no zap do clube são suficientes para respaldar tais atitudes. Do presidente ao dirigente de menos fama. Dos ídolos em pauta.
Não faz muito tempo, essas bravatas do agora se repetiam a cada clássico. Naquela época, anos 1980 e 1990, era corriqueira a gritaria de lado a lado.
Dirigente do São Paulo cavando uma cratera no gramado do Morumbi para impedir de o Palmeiras ser campeão no estádio tricolor (hoje MorumBis). De gás pimenta jogado nos vestiários do São Paulo no velho Parque Antártica (hoje Allianz Parque).
Baixarias e intrigas de um tempo que se pensava enterrado. Que nada.
Estamos de volta ao futuro. O jogo, nesse caso, é apenas uma cena do enredo. Importante é cantar alto. Mostrar ao adversário que ser soberano é o destino, nem que seja no grito. Não é para qualquer um.
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