Futebol brasileiro vive um dos piores momentos de sua história. Beira ao escárnio. Em pouco menos de dois meses de uma nova temporada, 2024 já conta tragédias, crimes, descaso, emboscadas, xenofobia, toda sorte de mazelas. E não há o menor sinal de respostas ao caos.
Acompanhe roteiro das desgraceiras. Não hesite em tapar o nariz no caso de passar mal.
Veja. Nenhum torcedor bandido do Sport foi preso ou denunciado no ataque criminoso a jogadores do Fortaleza. Na emboscada ao ônibus, que conduzia o time na saída da Arena Pernambuco, no Recife, após jogo contra o Sport, bombas, pedras e outros objetos foram atirados em direção aos atletas. Muitos jogadores feridos. Por sorte escaparam da morte.
Atentado se deu há 15 dias. Feridas dos jogadores ainda não cicatrizaram. CBF, clubes e entidades do futebol emitiram notas de repúdio. Ministério Público do Recife investiga o ataque. E os torcedores bandidos continuam frequentando estádios.


Não se assuste. Torcedores bandidos de Cruzeiro e Atlético entraram em batalha sanguínea as ruas de Belo Horizonte nesse domingo, dia 3/03/2024, sem clássico no Campeonato Mineiro. Saldo: uma morte, dezenas de feridos, quebra-quebra e ninguém denunciado. Todos soltos.
E pode tapar o nariz. Daniel Alves, um dos capitães da Seleção Brasileira na Copa do Mundo Qatar 2022, foi condenado a 4 anos e seis meses na Espanha por estupro de uma jovem de 23 anos. Sentença foi anunciada há pouco mais de uma semana em Barcelona.
A pena a Daniel diminuiu graças à ajuda financeira de 150 mil euros (R$ 800 mil) doados por Neymar e serve como “atenuante de reparação de dano causado” à vítima. Neymar é a principal estrela do futebol brasileiro com direito a mais de cem milhões de seguidores no Instagram.
Robinho, astro do Santos e Seleção Brasileira na primeira década dos anos 2000, vive livre e solto em Santos após condenação de 9 anos por estupro coletivo na Itália. O ídolo caído passeia pelas praias santistas e ainda visita dependências dos Santos FC.
Na CBF, o presidente Ednaldo Rodrigues reassumiu o posto graças a uma liminar de Gilmar Mendes, ministro do STF. Se assim não fosse, a entidade teria de passar por novas eleições em janeiro passado.
E quando a bola rola nesse início de temporada recheada de competições estaduais, a primeira fase do Campeonato Carioca teve boa parte de seus jogos disputados na regiões Norte e Nordeste. Os cariocas só voltaram a ver jogos de seus times in loco a partir da segunda metade do torneio. Campeonato estadual itinerante.
Ainda nos estaduais, presidente do São Paulo abusou das bravatas após clássico contra Palmeiras domingo (03/3) no MorumBis. Com direito a humilhar o jovem árbitro Matheus Candançan, de apenas 25 anos. O acusaram de ladrão, sem usar o adjetivo de forma explícita. Sobrou também para Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, o “português de m…”, como se referiu o diretor do São Paulo Carlos Belmonte.
O mesmo São Paulo que propôs e teve aprovado pelos clubes na CBF o limite de jogadores 9 jogadores por time no Brasileirão 2024 – antes eram 7 gringos. Assim o Tricolor pode jogar com apenas dois brasileiros.
Veja exemplo: Rafael (goleiro, Brasil), zagueiros Ferraresi (Venezuela), Arboleda (Equador) e Alan Franco (Argentina); os meias Galoppo (Argentina), Michel Araújo (Uruguai), Bobadilla (Paraguai), James Rodríguez (Colômbia) e Iba L(Senegal), no ataque Lucas (Brasil) e Calleri (Argetina).
Mão de obra mais barata e mercado mais fechado aos jogadores brasileiros.
Alheios ou acostumados a todas essas desgraças, torcedores comuns continuam lotando os estádios nesse início de temporada.
Enquanto isso, na Europa, Vini Jr caminha na sua cruzada contra o racismo como mostrou no gesto de comemoração de um de seus gols em cima do Valencia, no último fim de semana. Torcida do Valencia é campeã de insultos racistas contra Vini, o nosso cavaleiro solitário.






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