Seleção Brasileira em busca de tempo perdido

Copa América 2024: Seleção Brasileira parte em busca do tempo perdido

Seleção Brasileira estreia na Copa América 2024 contra a Costa Rica, 22h, nessa segunda-feira (24/6), em busca do tempo perdido. É a procura de um novo caminho desde a saída tardia de Tite em dezembro de 2022, a espera frustrada por Carlo Ancelotti ao longo de 2023, a queda abrupta de Fernando Diniz até o escrete ser entregue ao cortês e burocrático Dorival Júnior no início de 2024.

A saída do caos, diria, o resgate da patente do futebol brasileiro, passa por um punhado de meninos bons de bola. Vini Jr, Endrick, Rodrigo e coadjuvantes no meio-campo.

Se por um acaso, os três garotos do Real Madrid sucumbirem é bem provável que Dorival, de forma precoce, passe a ser questionado.

Não por culpa de Dorival e sim por uma série de transtornos desnecessários a que a Seleção foi submetida nos últimos quatro anos.

História longa com início na demora em busca do sucessor de Tite. Aliás, se deu a Tite um privilégio que ele não merecia ao ser confirmado no posto de chefe supremo da Seleção após fracassar na Copa do Mundo Rússia 2018. Ganhou mais quatro anos de sobrevivência e se esfarelou na Copa Qatar 2022 por erros primários e teimosias.

Tite permaneceu se beneficiando do caos de gestão na CBF. Quando Ednaldo Rodrigues assumiu as rédeas da CBF em 2021, a um ano da Copa no Qatar, Tite estava lá na Seleção sem questionamentos.

Com receio de tirar Tite do comando, Ednaldo tocou o barco com o treinador até a queda nas quartas de final na Copa 2022. Em vez de apressar a sucessão na Seleção, o presidente da CBF parte em busca de Carlo Ancelotti, encastelado no poderoso Real Madrid. Tem acerto verbal com Ancelotti e aguarda o italiano ao longo de 2023.

Até receber o não definitivo de Ancelotti, em janeiro de 2024, Ednaldo arriscou a vida da Seleção com o interino e sem lastro Ramon Menezes. Depois jogou Fernando Diniz aos leões com a tarefa de gerir a Seleção e Fluminense ao mesmo tempo.

Endrick requisitado por torcedores nos EUA – foto: CBF oficial
Endrick requisitado por torcedores nos EUA – foto: CBF oficial

Diniz ousou em direcionar a Seleção aos tempos de futebol arte e acumulou derrotas para Argentina, Colômbia e Uruguai.

Ednaldo resolve sustentar Diniz mesmo com as derrotas e queda na tabela de classificação das Eliminatórias da Copa 2026.

Ruim? Pior. Ednaldo é afastado da CBF por meio de liminar na Justiça em dezembro de 2023. Retoma o poder na Justiça no início de 2024. Despacha Diniz, sem a menor cerimônia, e se socorre a Dorival Júnior, então em paz no São Paulo campeão da Copa do Brasil 2023.

Dorival assume e de cara tem Inglaterra e Espanha em dois amistosos no mês de março. Derrota a Inglaterra, empata com a Espanha e o mundo conhece Endrick, 17 anos, decisivo nos dois jogos.

Conhecido como salvador da pátria de clubes em perigo, Dorival aposta nos meninos do ataque e outros garotos menos cotados no meio-campo. Esquece Casemiro, Richarlison, Gabriel Jesus, Alex Sandro, entre outros homens de confiança de Tite, e chega aos Estados Unidos na Copa América levando uma Seleção de cara nova.

Ah, tem mais um detalhe. Neymar está fora. Recuperando-se de grave lesão no joelho sofrida em 2023, referência da Seleção nos últimos dez anos, Neymar vai acompanhar da TV a luta do Brasil de Dorival Júnior em busca do tempo perdido.

A responsabilidade dessa difícil empreitada está nos pés de Vini Jr, Rodrygo e Endrick. Contra a Costa Rica, às 22h, no SoFi Stadium de Inglewood, Califórnia, Endrick começa no banco de reservas.

Endrick reserva. Acorda Dorival.

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