Luiz Antônio Prósperi – 17 dezembro (11h10) –

Ronaldo Fenômeno lança candidatura à presidência da CBF. É oficial. A campanha está nas ruas, ou melhor, nas visitas às federações estaduais e clubes. Bater à porta dos cartolas é preciso. De acordo com regulamento esdrúxulo da CBF, uma candidatura só é possível com apoio explícito de pelo menos quatro federações estaduais e de quatro clubes (Série A ou Série B do Brasileirão). Sem esse aval por escrito e registrado desses dirigentes, candidaturas não podem ser inscritas. É hora de enfiar as mãos na lama e depois remover o barro até das unhas. Desde que não tenha Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF banido do futebol) e Aecio Neves (político mineiro).

Ednaldo Rodrigues, atual presidente da CBF, está no cargo pendurado em uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Aliados e familiares do ministro ocupam cargos e prestam consultoria à CBF.

Mandato de Ednaldo vence em abril de 2026. De acordo com regulamento, Ednaldo pode convocar novas eleições a partir de março de 2025 até março de 2026.

Diante da candidatura de Ronaldo Fenômeno é bem provável que Ednaldo convoque novas eleições já em março de 2025. Manobra diminuiria o tempo de Ronaldo atrair aliados e articular apoiadores de todos os estratos do futebol.

Ronaldo diz que tem apoio de muitas esferas do futebol brasileiro e internacional. Seus dois aliados de mais impacto: Gianni Infantino, presidente da Fifa, e de Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).

Infantino não bica com o atual presidente da CBF. Ednaldo rompeu relações com a Conmebol.

Infantino (Fifa) e Dominguez (Conmebol) apenas toleram Ednaldo Rodrigues pelo peso que a CBF tem no futebol internacional.

Com Fifa e Conmebol a seu lado, Ronaldo está bem consolidado no cenário internacional.

Problema é angariar apoio dentro de casa. O Fenômeno ressalta a força de ex-jogadores campeões do mundo, a maioria estaria a seu lado e pronta a entrar no processo eleitoral da CBF.

Ao longo de sua carreira na Seleção Brasileira como jogador, Ronaldo conviveu com apenas um presidente da CBF: Ricardo Teixeira (de 1989 a 2012). Nesse período, o Fenômeno esteve nas Copas do Mundo de 1994 (campeão), 1998 (vice), 2002 (campeão) e 2010 (eliminado nas quartas de final).

Ricardo Teixeira, banido do futebol pela Fifa em 2015, ainda tem muita influência política na CBF.

Ronaldo cometeria um pecado se apresentar Teixeira como seu aliado. E ainda aparecer ao lado do político Aecio Neves, que teve seu apoio em campanha presidencial, muito ligado a carcomidos cartolas de futebol.

Antes de apresentar seu apoiadores, Ronaldo precisa referendar sua plataforma de gestão da CBF.

Por enquanto, o ex-jogador disse que sua missão é resgatar o respeito à Seleção Brasileira e ao futebol pentacampeão mundial.

É pouco.

Futebol no Brasil precisa urgente:

  1. novo calendário
  2. redução dos campeonatos estaduais
  3. readequação das divisões nas competições nacionais e estaduais (Séries A, B, C…),
  4. padronização dos gramados
  5. preços dos ingressos
  6. enfrentamento da violência nos estádios e fora das arenas
  7. combater a praga das apostas esportivas
  8. criação da liga unificada dos clubes
  9. revisão da venda dos direitos de transmissão dos campeonatos
  10. nova legislação eleitoral da CBF

Ronaldo Fenômeno pode ser um bom candidato se abraçar essas causas e acabar de vez com a oligarquia dominante dos cartolas no futebol brasileiro desde a década de 1950.

É hora de raspar as cores para o mofo aparecer. E remover o mofo.


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