Luiz Antônio Prósperi – 1 fevereiro (14h11) –
Neymar assina contrato de seis meses com o Santos e revela que volta ao clube em busca da felicidade perdida. Acompanhe depoimento do novo camisa 10 Alvinegro:
“Eu tenho algumas decisões que fogem da lógica do futebol. E algumas são impactantes. Quando tive a certeza de voltar, confesso que em janeiro, começo de janeiro, não imaginava voltar para o Santos, nem sair do Al-Hilal. Minha família estava feliz, e eu cheio de vontade de jogar.
Mas as coisas aconteceram e tive que tomar uma decisão. Comecei a me entristecer nos treinos, no dia a dia, e não estava sendo bom para a minha cabeça. Surgiu a oportunidade de voltar e não pensei duas vezes. Já tinha comunicado ao meu pai que queria voltar ao Santos e deu tudo certo. Estão todos contentes, eu e minha família, meus amigos nem se fala. Estou de volta, com energia renovada.
Estou há muito tempo longe dos gramados, tive dois jogos no Al-Hilal depois da minha lesão. Jogo em qualquer lugar. A posição de 10 me aperfeiçoei mais ao longo dos anos, desde o PSG jogo nesta posição. Vai depender do treinador, sendo na ponta, sendo 9, de volante, do jeito que quiser.
Mentalmente estou muito feliz, renovado, quando pisei aqui (Vila Belmiro) senti o carinho e me fez voltar aos 17, 18, 19 anos. Estou rejuvenescido. Volto amadurecido como homem, com uma família linda, então é outro cara, obviamente, mas com a mentalidade de vencer igual, com a essência de criança igual. Vim para ser feliz. É a torcida que mais amo. Não tem como casar melhor do que com o Santos.
Mudei tudo. Mudei tudo. Estou mais barbudo, mais forte, acho que mudaram muitas coisas, estilo de jogo também. Se tivesse a mentalidade de agora naquela época, com 17 anos, seria completamente diferente. Você vai aprendendo e criando casca, experiência, vai errando ali, acertando, se reerguendo. A vida é assim em qualquer esporte, qualquer trabalho, é difícil se manter, terá momentos de queda e você tem que se reerguer. Sou um cara muito diferente, e esse cara de hoje tenho certeza de que vai ajudar muito o Santos de todas as formas.
Não gosto de falar de mim dessa forma. Vou falar da minha parte, o resgate para mim é de felicidade, futebolístico. Faz tempo que não atuo, faz tempo que não faço a coisa que mais amo no mundo que é jogar futebol. É mais para mim pessoalmente para mim. Fico feliz de falarem de resgate do futebol brasileiro, do carinho não só dos santistas, mas de torcedores de outros times também. Só não vão torcer quando jogar contra o time deles, mas fico feliz.
O carinho do povo brasileiro sempre foi muito bom, sempre me acolheram e sempre tento retribuir em campo, primeiramente, onde podem me ver ajudando a Seleção e agora o Santos.
Estou muito feliz de voltar, preciso resgatar minha confiança de jogar, minha felicidade de estar dentro de campo, isso que vim em busca. Muito bom estar em casa, perto da família e dos amigos. Era isso que mais precisava neste momento.
Sou cara competitivo. Tudo o que faço e que tem de competição, eu quero ganhar. Volto para o Santos com vontade de ser campeão de novo. É uma volta depois de 13 anos e ganhar um Paulista que ganhei três vezes, ganhar de novo será diferente. Tenho essa chama de ganhar no sangue. Sabem o cara competitivo que sou. Não vim para passear, não vim para estar em casa sentado no sofá. Vim em busca da minha felicidade de jogar futebol e ajudar o Santos. Vou me dedicar para fazer a torcida do Santos e me fazer feliz. Estando ali dentro na Vila Belmiro é impossível não estar feliz.
Obviamente que a Seleção é algo que quero voltar. Tenho algo a conquistar ainda (Copa do Mundo), uma missão que acho que é minha última, então vou atrás dela de qualquer jeito. Tenho metas.
Consegui, tive muitas conquistas, saí menino daqui, rodei o mundo e voltei praticamente como herói. Nosso abraço foi de alívio, de saber que fez o seu máximo e ser recebido dessa forma. É o cara mais importante da minha vida. Tiro o chapéu. É chato demais, pega no pé de todo mundo, é crucial na minha vida. Estou contente, o choro é de felicidade pois venci. Não foi fácil, tive turbulências, mas voltar para a casa com esse prestígio, ver todo mundo gritando seu nome e receber a 10 do Rei é surreal. Só tenho que agradecer a Deus pelo que faz e viver isso tudo da melhor maneira possível, aproveitar todos os dias.
Não existe no mundo que só um jogador possa ganhar sozinho. Obviamente sei da esperança que o torcedor tem de eu voltar para o Santos. Sei que me veem como “salvador da pátria”, mas não é dessa forma, tem outros jogadores que serão importantes. Tive muitas vitórias na minha vida, e nessa não será diferente. “
Tem coisas muito importantes lá na frente nos esperando, mas temos que começar agora, fazer as coisas certas e colher. Não vou conseguir vitórias sozinho, dependo dos companheiros como em qualquer time do mundo. Na minha função, se puder fazer a diferença, vou fazer.
Sobre o Pedro Caixinha (técnico do Santos), escutei que é um treinador competente, que gosta de jogar para a frente, agressivo, então isso é o DNA do Santos, sabemos disso. Falta encaixar, tempo, não é em um mês que vai botar o Santos voando. Isso requer treino, erros, ajustar da melhor maneira. Todo mundo sente quando o time não está bem.
Espero ajudar com palavras, mostrando coisas nos treinamentos, que a confiança pode se elevar. Sei de quem sou e sei do meu papel. Vim para ajudar e ser mais um que estará correndo e dando a vida para o Santos estar no topo da tabela, onde merece.
Não estou 100% ainda. Preciso de minutos, de jogos, e não só com treino que vou estar bem fisicamente. Isso vou ganhar com o tempo. Estou muito melhor do que estava quando voltei a jogar. Estava me sentindo bem nos treinos no Al-Hilal. Só não jogo amanhã (contra São Paulo) pois não estou inscrito.
(coletiva de imprensa de Neymar na Vila Belmiro, sexta-feira, 31 janeiro)





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